Cultura
20 Março de 2024 | 12h05

Três angolanos na homenagem das 50 figuras da cultura africana

Três angolanos constam entre as 50 figuras mais influentes do panorama cultural africano que serão homenageadas a 27 de Abril próximo, no Teatro de Filarmónica de Paris, capital francesa, soube a ANGOP, esta quarta-feira.

Seleccionados em Janeiro último pela revista francesa "Le Point”, trata-se de Nituecheni Africano (escritor), Tchongolola Tchongonga – Ekuikui VI (Rei do Bailundo) e Jeremias Piedade Chissanga (director do gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos na província do Huambo).

Segundo uma publicação desta revista do país europeu, os primeiros nomes saltam à vista três angolanos, residentes na província do Huambo, Planalto Central de Angola, pelo contributo "valioso e vistoso" que têm prestado ao panorama cultural do continente africano.

O escritor Nituecheni Africano, pseudónimo literário de Eugénio Afonso Gaspar, confirmou à ANGOP ter recebido o convite da direcção da Le Point, uma das três principais revistas de notícias em França, com publicação semanal em Paris e que tem destacado, em suas páginas, figuras de várias franjas culturais pelo mundo, a 18 de Fevereiro último.

Figura número um da lista, o escritor Nituecheni Africano, de 33 anos de idade, é referenciado como um nome de peso da literatura africana, cuja bravura e determinação tem inspirado vários jovens africanos a não desistir dos seus sonhos.

O autor de várias obras literárias tem, de acordo com a publicação, na sua galeria três prémios literários internacionais, com destaque para o maior troféu literário da América latina "WORD BOOK”, conquistado a 24 de Dezembro de 2022 na categoria de Melhor Romance, o livro "O Emigrante da Web e suas tolices”.

Incluiu, também, o prémio "Referência Literária”, com a mesma obra na vertente de escritor jovem africano, numa cerimónia organizada pela universidade Estadual do Rio de Janeiro (Brasil), para além da categoria Melhor Romance da II edição do Prémio Internacional literário WBR da América Latina, com o livro "O Recluso – o princípio e o fim de uma injustiça”.

A revista descreve, igualmente, o escritor angolano como o organizador do prémio literário, "Angola Lê” da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e, ao mesmo tempo venceu o concurso literário Dipanda, na categoria de melhor escritor do ano, promovido pelo Conselho Nacional da Juventude (CPJ), para além de estar a organizar a I edição da Bienal do Livro Africano – Angola 2024.

 O soberano Tchongolola Tchongonga - Ekuikui VI é descrito como o grande o rei da tribo ovimbundu, concretamente, o Reino do Bailundo, considerado um dos reinos mais fortes.

 Indica que o soberano tem se destacado em variadas acções, pois foi recentemente ao Brasil, onde visitou várias tribos de origens africanas, com foco no projecto dos resgates de povos com raízes do continente "berço da humanidade”.

"Foram evidentes em suas abordagens e longos dias no Brasil,  a visita as antigas vilas que serviram de tráfico de escravos, constituindo-se em temas que acabaram por se espalhar em várias partes daquele país, pois o rei angolano foi recebido com pompa e circunstancia e via-se os rostos felizes da cor africana com a visita do soberano, facto que nenhum outro rei africano fez", escreve a revista francesa.

Distinguido, em 2023, com o prémio de Embaixador Cultural durante a gala de premição Referência Literária no Brasil, a revista francesa considera Jeremias Piedade Chissanga, um ex-futebolista, como um guerreiro destemido e impulsionador da cultura jovem angolana e que tem ajudado a juventude a encontrar o gosto nas pelas artes culturais.

Para além dos três angolanos, a revista LE POINT, Coize Matze (professor e cineasta, residente nos camarões), Marisa Monte (actriz caboverdiana), Gouzema Foloi (Escritor residente na Nigéria), Mandele Focam, (fotógrafo residente no Gana, Geórgia Futi (escritora Ruandesa), Alice Walkerson (escritora residente no Botswana), Tola Okogwu (escritora residente no Níger), entre outros.

Fonte: Angop