Desporto
30 Outubro de 2023 | 10h01

Petro sai novamente agridoce do clássico

O mito da invencibilidade do 1º de Agosto diante do Petro de Alexandre Santos voltou a prevalecer de novo neste domingo. Os militares pareciam estar sob pressão e sem esperança de sobreviver, mas aos 90+4' um remate de Dago, que parecia defensável para Hugo, acabou por anular a vantagem que Erivaldo tinha dado ao tricolor aos 62' no clássico disputado nos Coqueiros, que foi pequeno para a multidão que superlotou o estádio, muitos viram o jogo de pé, porque não havia mais assentos.

Mais uma vez, o Petro de Luanda adiantou-se, mas não chegou para derrotar o rival 1º de Agosto. Assim como aconteceu na  estreia de Alexandre Santos, os tricolores voltaram a sair do clássico com motivos de queixas do árbitro, mas também lhes faltou competência para matar o jogo, em parte porque não se deixaram contagiar na plenitude com o 1-0.

Os tricolores voltaram a ser perdulários quando podiam marcar e fugir no marcador, a falha escandalosa de Guedes, aos 11', acabou por prejudicar o Petro. Diante de Neblu, o atacante meteu o pé fundo no acelerador e não calculou bem o chapéu do golo. Contudo, isso não impediu que o Petro de Luanda fosse ao intervalo com vantagem mínima, num jogo que esteve muito amarrado na primeira parte, porque o rival jogou mal.

Até certo ponto, aceita-se que as duas equipas estranharam muito as dimensões do Estádio dos Coqueiros, ainda assim, poderiam ter feito mais, correram e lutaram rmuito, é verdade, mas quase não se viu qualidade de jogo na etapa inicial, embora tivessem surgido três situações de golo, duas para o Petro, Guedes e Vanilson, e uma para o 1º de Agosto, Kikasa.

Se foi do intervalo ou outra coisa, talvez ninguém saberá responder, mas é verdade que a segunda parte valeu mais do que todo o jogo. Infelizmente não foi mentira, mas pareceu que o jogo começou na etapa em que deveria terminar.

A mudança da cara do jogo começou com o esticão que os tricolores deram ao jogo. A reentrada em força do Petro de Luanda meteu em sentido o 1º de Agosto, quase sem bola para jogar, os militares tiveram de recuar e entrincheirar-se bem para forçar os tricolores a perder tempo com a posse de bola.

Mais sólido, consistente e esclarecido em campo, o Petro de Luanda conseguiu fazer mossa ao 1º de Agosto, é por isso que ninguém estranhou quando Erivaldo fez o 1-0 aos 62'. O avançado estava em campo havia seis minutos, mas teve faro de golo porque além de atacar bem a bola, também resistiu a tentação do penálti, o abraço do defesa é nítido, e com um toque subtil fez um chapeuzinho a Neblu.

Festa nas bancadas

O jogo parou um minuto devido aos efusivos festivos dos jogadores e adeptos tricolores, inclusive Erivaldo viu o amarelo porque tirou a camisola. Mas a alegria do Petro quase durou pouco porque aos 67' o técnico Alexandre Santos tirou Gilberto, para insatisfação geral dos adeptos que gostavam do desempenho do atacante. Além da contestada mexida, os tricolores foram salvos pelo travessão que devolveu o que estava para ser o empate de Obed aos 69'.

O jogo não mudou muito de cariz depois da vantagem tricolor, mas sem razão aparente, até porque o 1º de Agosto entregou o peso da responsabilidade ao jovem Aguinaldo, que agitou o desafio quando entrou. O Petro tentou adormecer na sombra da magra vantagem, retirou pouco proveito do ligeiro ascendente que conseguiu antes do golo.

Mas como uma desgraça nunca vem só, quando o Petro poderia sentenciar o jogo, o árbitro José Chitumba não assinalou um penálti claro sobre Anderson Cruz. Para piorar, a defesa do Petro não foi rápida a aliviar o perigo das cercanias da sua grande área, na verdade, o corte de Kinito acabou mais por ser um passe para Dago rematar para o empate, sendo que o guarda-redes Hugo parece mal batido.

O   1-1 aconteceu aos 90+4', ou seja, no limite do tempo de compensação dado pelo desastrado árbitro José Chitumba, que além do penálti também perdoou duas expulsões ao 1º de Agosto, Macaia na primeira parte e Moisés na segunda. Ainda assim, o 1º de Agosto deixou ler nas entrelinhas que tinha forças para aproveitar a motivação do golo para fazer o 2-1, mas o máximo que conseguiu foi manter o lençol limpo contra o Petro de Alexandre Santos.