Internacional
02 Abril de 2024 | 11h58

Von der Leyen investigada em negócio de vacinas com a Pfizer

A Procuradoria Europeia está a investigar alegadas irregularidades relacionadas com as negociações entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o CEO da Pfizer para a aquisição de vacinas contra a Covid-19.

De acordo com o site do Politico, em causa estarão crimes de "interferência em funções públicas, destruição de SMS, corrupção e conflito de interesses". A publicação do conhecido semanário dá ainda conta que consultou documentos jurídicos sobre o caso e que, até ao momento, ninguém foi acusado.

A investigação foi aberta pelas autoridades belgas no início do ano passado, na cidade de Liège, após uma queixa-crime apresentada pelo lobista local Frédéric Baldan. Mais tarde, os governos húngaro e polaco juntaram-se a Baldan, embora a Polónia possa vir a retirar a queixa se se verificar uma vitória eleitoral de um governo pró-UE, liderado por Donald Tusk.

A queixa baseou-se numa alegada troca de sms entre Ursula von der Leyen e o líder da Pfizer, Albert Bourla, ocorrida antes do maior acordo de vacinas da União Europeia. O caso ficou conhecido como "Pfizergate”. O New York Times revelou que a troca de mensagens ocorreu, pela primeira vez, enquanto os dois líderes discutiram os termos do acordo. A Comissão Europeia continua, até à data, a recusar divulgar o conteúdo das mensagens.

"Tudo o que é necessário saber em relação ao assunto já foi dito e partilhado. Vamos aguardar pelos resultados", disse a presidente da Comissão Europeia quando questionada pelo Politico acerca da recusa em que as mensagens fossem divulgadas.

O acordo entre a Comissão Europeia e a Pfizer garantia a aquisição de vacinas, com um valor estimado de 20 mil milhões de euros. Mas o número de vacinas adquiridas desde o auge da pandemia, em 2021, levantou suspeitas tendo o Politico revelado, no final do ano passado, que pelo menos quatro milhões de euros em doses foi desperdiçado.

Com a Procuradoria Europeia à frente da investigação o caso poderá ter avanços, sendo que o órgão da UE tem autoridade para apreender telefones e outros materiais que considere relevantes nos gabinetes da Comissão Europeia ou noutros países da Europa.