Política
14 Março de 2024 | 09h18

China e Angola avaliam oportunidades no sector agrícola

A cidade de Beijing acolheu esta quarta-feira a reunião preparatória do Fórum de Negócios Angola-China, que avaliou, entre outras questões, as oportunidades de investimento no sector agrícola.

O Fórum de Negócios é um dos pontos da agenda da visita do Presidente angolano, João Lourenço, à República Popular da China, que se inicia oficialmente esta sexta-feira, tendo em vista o reforço da cooperação bilateral e estratégica. 

O encontro preparatório serviu para alinhar os pontos estratégicos da cooperação no sector da agricultura, e juntou investidores e técnicos dos dois Estados, alguns deles já com investimentos concretos em Angola.

Na ocasião, o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Luís Cupenala, afirmou que os dois países devem virar as baterias para outros mercados e sectores, como a agricultura, onde são necessários grandes investimentos.

Referiu que um dos momentos-chave desta visita de Estado do Presidente da República​, João Lourenço​, será a assinatura do protocolo entre os dois governos no sector da agricultura.

Por outro lado, o presidente do Conselho da Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPX), Arlindo Rangel, disse que a diplomacia económica tem na segurança alimentar o expoente máximo. 

Sublinhou que o Chefe de Estado angolano é o maior promotor da captação de investimentos para Angola, sendo, por isso, "necessário fazer a viragem e começar a dizer para o mundo,  em particular para a China, que Angola pretende dar grande atenção à segurança alimentar".

Agricultura e segurança alimentar no topo das prioridades  

Angola e China são parceiros estratégicos, com relações político-diplomáticas e de cooperação que conhecem um assinalável incremento desde 2000.

Nos últimos anos, a sua parceria tem sido alargada para vários domínios fora do petróleo, o que tem atraído vários investidores chineses para as zonas de exploração agrícola. 

Para dinamizar o sector agrícola, o Governo de Angola lançou, em 2022, o plano de desenvolvimento do trigo, arroz, soja e do milho, denominado "Planagrão”, que prevê produzir, a partir de 2027, seis milhões de toneladas de cereais ano.

O plano vai, inicialmente, ser desenvolvido nas províncias do Moxico, Lunda​-Norte, Lunda​-Sul e Cuando​-Cubango, numa aérea de dois milhões de hectares, com um custo global estimado em 1,6 mil milhões de kwanzas.

O Executivo estima que o país precisa de produzir perto de 10 milhões de cereais para alimentar uma população estimada em 32 milhões de pessoas.

As províncias eleitas têm características próprias e condições climáticas adequadas para a implementação do P​lanagrão.

O Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos prevê um investimento médio anual de cerca de 670 milhões de dólares para a produção de trigo, arroz, soja e milho, e cerca de 471 milhões dólares anual para a construção e reabilitação de infra-estruturas de apoio ao sector produtivo e social.