Política
09 Março de 2024 | 09h43

Estónia incentiva Angola para a área digital

O Presidente da Estónia, Alar Karis, encorajou, esta sexta-feira, em Luanda, o Executivo angolano a apostar na área digital para a diversificação da economia e o desenvolvimento do país.

Ao intervir no Seminário Executivo sobre Governo Digital, o Chefe de Estado estónio referiu que quanto mais transparente e digital a sociedade for mais forte será a democracia e haverá menos corrupção, onde os direitos humanos e a privacidade dos seres humanos é protegida.

De acordo com o Presidente Alar Karis, a inteligência artificial é apropriada e o uso dos dados é extremamente importante, na medida em que ajuda nos serviços do sector público e cria novas políticas em benefício da população.

"Sinto-me orgulhoso em partilhar a nossa experiência e conhecimentos. No nosso país podemos fazer tudo on-line. Começamos com estes projectos em 2005 e actualmente 50% dos votantes nas eleições têm feito via on-line”, salientou.

Lembrou que a cooperação entre os dois países foi revitalizada depois da visita do ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, em Abril de 2023, durante a qual foi assinado um memorando de entendimento de partilha de experiência relacionado com a digitalização, facto que irá ajudar a desenvolver novos sectores da economia angolana através da criação de negócios e ecossistemas.

"O Presidente João Lourenço decidiu usar a digitalização como forma de diversificar a vossa economia e terão êxitos, pois estamos abertos para vos ajudar”, realçou.

Na ocasião, o embaixador geral da Estónia para África, Daniel Erik, fez saber que no seu país a elaboração das leis e outros diplomas tem sido feita via on-line em conjunto com os vários ministérios, assim como reuniões a nível do Governo.

Segundo o diplomata, que falava sobre a "Experiência e Quadros da Governação Digital da Estónia”, a assinatura digital tem contribuído para salvaguardar cerca de dois a três porcento do PIB anualmente.

"São soluções inteligentes que ajudam a acabar com a burocracia, facilitando o acesso aos serviços governamentais. Na Estónia para abrir um negócio não leva duas ou três horas. Nós eliminamos toda a burocracia e tornamos o negócio fácil, tudo feito de forma on-line para facilitar a vida do cidadão”, acrescentou.

Por seu turno, o director-geral do Instituto de Modernização Administrativa (IMA), Meick Afonso, apresentou a agenda de transição digital da administração pública em Angola até 2027, que prevê reformas estruturantes para modernizar o Estado.

Conforme o responsável, o programa tem como objectivo transformar digitalmente a administração pública, com foco nos resultados para os cidadãos e empresas, simplificar os processos, preparar e capacitar o capital humano e atrair mais investimento.

"Pretendemos alterar a cadeia de valor, portanto a visão para a nossa transição digital é sairmos de um modelo em silos para um modelo em que os cidadãos sejam o centro das atenções”, concluiu.

À margem do seminário, os dois países assinaram um memorando de entendimento em matéria de governação digital e modernização administrativa.

Foram signatários do protocolo o director-geral do IMA, Meick Afonso, e o CEO da Digital Nation da Estónia, Siim Sikkut.

Participaram no evento o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, entre outras entidades.

O Presidente da República da Estónia chegou quinta-feira a Luanda, para uma visita oficial de 48 horas a Angola, a convite do Chefe de Estado, João Lourenço, no quadro do reforço das relações de cooperação entre os dois países.

Durante a sua permanência no país, Alar Karis manteve um encontro com seu homólogo angolano, João Lourenço, e visitou o Memorial Dr. António Agostinho Neto, onde depositou uma coroa de flores no sarcófago em homenagem ao Fundador da Nação.

Angola e a Estónia estabeleceram relações de cooperação bilateral em 1991, após o desmembramento da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), no ano em que este país da Europa proclamou a sua independência

Fonte: Angop