Economia
22 Janeiro de 2024 | 10h23

Vias estruturantes desafogam trânsito rodoviário em Luanda

O mau estado das vias secundárias e terciárias, bem como o congestionamento do trânsito rodoviário, essencialmente nos dias úteis de trabalho, continuam a ser duas das principais “dores de cabeça” dos habitantes de Luanda.

Essa realidade gera, frequentemente, engarrafamentos nas principais vias estruturantes que ligam o centro urbano à periferia, impactando, negativamente, na qualidade de vida dos perto de 10 milhões de habitantes da capital angolana, fundada em 1576.

Para reduzir os efeitos do problema, o Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, assim como o Governo Provincial de Luanda estão engajados na reabilitação dos troços já existentes e construção de novas infra-estruturas rodoviárias.

Entre as vias em construção, destaca-se o troço Kimbango/Via Expressa (imediações da Ponte do 25), passando pelo interior da rua da Suave, Viana, cujas obras se encontram na fase de instalação do sistema da macro drenagem para depois ser asfaltada.

Segundo a chefe do serviço provincial de estradas do Instituto Nacional de Estradas de Angola, Rosária Kiala Nóbrega, esse troço, que já conta com a execução de cinco quilómetros de serviços de drenagem, vai desafogar o trânsito das avenidas Deolinda Rodrigues (estrada de Catete - EN 230) e Pedro de Castro Van-Dúnem Loy.

Com isso, continuou, a nova estrada e a reabilitação de outros troços permitirão diminuir, de forma significativa, os constantes engarrafamentos ainda registados nas duas das principais vias estruturantes de Luanda.

Em entrevista à ANGOP, a fonte destacou a avenida Deolinda Rodrigues como uma das amostras que regista melhorias da mobilidade rodoviária da cidade capital, em função da reabilitação em curso nesta via.

De acordo com a responsável, na também conhecida estrada de Catete nota-se já uma diminuição do tempo no percurso Viana/Centro da cidade e vice-versa, em horas de ponta, fruto do trabalho de restauro que está a ser feito nesta via.

Apontou a colocação do novo asfalto, definição de paragens, sinalização vertical e horizontal, bem como instalação de pórticos informativos como as principais obras feitas nesse troço, que liga 1º de Maio/Viana/Catete.

"Quando as vias estão sem buracos e com sinalizações e paragens para transportes públicos bem definidas, a mobilidade rodoviária é feita de forma fluida e reduz também o elevado índice de sinistralidade nas estradas”, acrescentou.

Conforme a fonte, para além de beneficiar de novas paragens para os transportes públicos, no âmbito da entrada em funcionamento do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, inaugurado a 10 de Novembro de 2023, no mesmo troço também é visível a colocação da sinalização vertical e horizontal.

Referiu que na Deolinda Rodrigues está em curso a reabilitação de oito pedonais existentes, prevendo-se a colocação de mais sete novas passagens aéreas, com realce para a reposição das pedonais do Grafanil-Bar e da Fermat, locais onde já havias pontes, mas foram retiradas por estarem degradadas.

Ponto de situação de outras vias estruturantes

A par da Deolinda Rodrigues, Rosária Nóbrega apontou, igualmente, os troços Benfica/Ponte do 25 (Avenida Fidel de Castro - Via Expressa), Pedro de Castro Van-Dúnem Loy e Porto de Luanda/Boavista (Kima Kienda), com 80% de execução física (pavimento rígido), como as outras vias estruturantes que também se encontram em reabilitação e sob responsabilidade do INEA.

O troço Benfica/Ponte do 25 e vice-versa), sublinhou, está a beneficiar de obras de restauro, com a construção de paragens para transportes públicos e definição das entradas e saídas dos estabelecimentos comerciais nos dois sentidos deste perímetro.

Na primeira fase, a empreitada contempla a construção de 16 quilómetros de vias de serviço em cada sentido, sendo o outro percurso feito na segunda etapa. No total, a Via Expressa Benfica/Cacuaco possui cerca de 56 quilómetros em cada sentido, prevendo-se a colocação de cinco novas pedonais e a reabilitação de 14 antigas passagens aéreas.

A fonte adiantou ainda que nessa via rápida prevê-se a construção da terceira faixa no corredor central, onde se projecta a passagem do metro de superfície.

Nas avenidas Pedro de Castro Van-Dúnem Loy, 21 de Janeiro, Futungo/Cabo Lombo e estrada do Patriota, o INEA está a trabalhar na manutenção e conservação destes troços, uma empreitada já concluída no Patriota, que regista melhoria significativa no tráfego.

Na Pedro de Castro Van-Dúnem Loy (Mundo Verde/Golf 2/Estrada de Catete) estão em curso trabalhos de fresagem e recapeamento da via (troca de pavimento asfáltico).

O mesmo trabalho verifica-se na 21 de Janeiro (Aeroporto 4 de Fevereiro/Nó da UGP).

Na mesma senda, na estrada do Futungo foi construída uma paragem para transportes públicos, prevendo-se a colocação de uma pedonal num dos pontos críticos desta via.

Constam ainda das vias estruturantes de Luanda, a 21 de Janeiro, Estrada da Samba, Rua dos Comandos, Ngola Kiluanje e Camama (Calemba 2)/Viana (Luanda Sul).

Contudo, a responsável do INEA lembrou que o problema do congestionamento do trânsito "não se resolve somente com a construção ou reabilitação de estradas, mas sim com outros meios que também contribuem para a melhoria da mobilidade urbana”, como o caminho-de-ferro, BRT, metro de superfície e o transporte marítimo.

Questionada sobre o problema da iluminação pública, que ainda se regista em quase todas as vias de Luanda, Rosária Nóbrega disse que esta questão é da responsabilidade do Governo Provincial de Luanda (GPL).

Vias alternativas para o Zango

Para o distrito urbano do Zango (Viana), Rosária Nóbrega avançou que está em execução a reabilitação do troço Zango/Calumbo, com a colocação de um novo asfalto, prevendo-se beneficiar de novas pedonais e reparação das antigas.

Quanto à questão da criação de outras vias alternativas para desafogar a única entrada e saída do Zango, a responsável adiantou que uma das soluções será a construção do troço Zango 5/EN 230 (depois do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto).

Referiu que, neste momento, o processo deste traçado ainda está em estudo, apesar de ter já todas as condições de precedência para começar-se com as obras. "Tivemos que desviar o traçado da via, porque, inicialmente, passava no interior da cidade aeroportuária e estava muito próximo do Aeroporto Internacional”, clarificou.

Ainda sobre a construção de mais vias de acesso ao Zango, em Novembro último, o governador provincial de Luanda, Manuel Homem, assegurou que este distrito vai ganhar, em breve, três novas estradas, num percurso de 38 quilómetros, de modo a facilitar o tráfego e a mobilidade rodoviária nesta circunscrição.

Trata-se das vias de Cassocola, Pomobel e da rua principal do bairro Muxima Moxi, que servirão de alternativas para o acesso ao distrito do Zango. No total, projecta-se a construção de 12 estradas alternativas para este distrito.

Na mesma ocasião, o governante anunciou que, neste ano, dar-se-á o início das obras de reabilitação do troço Vila de Viana/Viaduto do Zango, passando pelo cemitério municipal.

Fonte: Angop