Economia
16 Janeiro de 2024 | 15h53

Serviço de Veterinária declara medidas de controlo da peste suína

Um caso único de Peste Suína Africana (PSA) foi detectado no Projecto Agro-Quiminha, considerando-se que, depois das medidas adoptadas, a situação está controlada, declarou, segunda-feira, em Luanda, o director-geral dos Serviços de Veterinária de Angola, Henrique Gime, para explicar os termos de um comunicado do Gabinete Provincial da Agricultura que empõe restrições sobre a comercialização, mobilidade e consumo de carne suína.

Henrique Gime acrescentou que, depois da detecção do caso, o Serviço de Veterinária de Angola (SVA) está a desenvolver esforços para assegurar que o surto não se propague pelas criações da província, "estando-se a trabalhar na formulação de um plano de contenção para que todo o suinicultor que estiver na região da Quiminha seja  inscrito e controlado, a fim de  cumprir rigorosamente as medidas de higiene adoptadas.

O director-geral lembrou, para tranquilizar o mercado, que esta é uma situação que ocorre no país de forma cíclica, fazendo menção  de casos idênticos nas  províncias da Huíla e Benguela, solucionados apenas com a emissão de comunicados a impedir a circulação de suínos em toda a extensão das duas províncias e a situação foi controlada.

No caso da Agro-Quiminha, disse Henrique Gime que o SVA está a aplicar medidas de contenção, sendo que não há necessidade de impedir a circulação de animal na região, uma vez que a zona tem uma entrada  e saída com um portão com  posto de controlo."Normalmente, as unidades infectadas, são orientadas ao abate dos animais: apelamos à população e aos criadores a não se alarmarem".

O Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas anunciou, sábado, no comunicado consultado pelo Jornal de Angola, a notificação de casos de Peste Suína no Projecto Agro-Quiminha, município de Icolo e Bengo.

O comunicado refere que a PSA é uma doença hemorrágica altamente contagiosa, causada pelo vírus da família Asfarviridae que afecta suínos domésticos e selvagens, ocasionando graves perdas económicas e produtivas.

O documento informa que o Governo, de acordo com a Lei de Sanidade Animal, Lei 04/04,  adoptou medidas de prevenção à PSA e que, considerando que na actividade não existe vacina, com a prevenção a depor apenas da adopção de medidas de controlo e de biossegurança, determinou-se aos criadores a cumprirem algumas imposições.

 
Medidas de prevenção

No pacote de medidas transmitido sujeita os produtores e criadores ao dever de informação imediata aos serviços veterinários e ou administração municipal local e a observar rigorosa limpeza e desinfestação das instalações.

Os criadores são instados a não adquirir animais sem a prévia consulta aos serviços veterinários, ao controlo do movimento de suínos e à retirada imediata do mercado dos produtos não verificados e à sua destruição, devendo, para o efeito, contactar as autoridades locais.

Busca activa, detecção precoce e abate sanitário dos animais, seguidos da eliminação de carcaça e a proibição de movimento dos suínos em toda a extensão do Projecto Agro-Quiminha são outras medidas adoptadas.

O comunicado exorta às autoridades competentes a intensificarem as medidas de policiamento e controlo sanitário.

"Surto pode levar à perda total do efectivo”

Em declaração ao Jornal de Angola, o criador de suínos da Fazenda Santo António, localizada na Quibala, Cuanza-Sul, Fernando Teles, que detém uma operação com cerca de 17 mil animais em permanência, manifestou-se preocupado por considerar que "a  peste pode implicar a perda total do efectivo”.

" Se os animais morrerem, o criador tem que fazer uma quarentena, desinfestação, para  a reposição dos animais, é preciso haver capitais para isso" disse.

Fernando Tales exortou aos criadores a terem cuidado de, no dia-a-dia, não deixarem que pessoas estranhas entrem nas explorações, uma vez que  a peste suína pode entrar com gente de explorações que não fazem o tratamento devido, de acordo com aquilo que o serviço veterinário orienta.

Fernando Teles considerou a situação como "grave”, alertando aos criadores  a seguirem as recomendações do Serviço de Veterinária de Angola.

"Todas as semanas, nós entregamos no matadouro entre 600 a 700 porcos para o abate".


Fonte: JA