Internacional
15 Janeiro de 2024 | 15h08

Autoridade Palestiniana pede decisão sobre Gaza a tribunal internacional

O primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, pediu hoje ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) uma decisão urgente em relação ao processo contra Israel apresentado pela África do Sul sobre o genocídio na Faixa de Gaza.

"Exigiremos que Israel assuma nos tribunais internacionais todos os custos da destruição provocada na Faixa de Gaza e que assuma a total responsabilidade pelas vidas do nosso povo, contra quem cometeu crimes", afirmou Shtayyeh.

O primeiro-ministro palestiniano enfatizou a necessidade urgente do tribunal adotar uma posição em relação ao processo com base no direito internacional e no direito internacional humanitário antes dos seus juízes serem substituídos no final do mês, segundo a agência de notícias palestiniana WAFA.

"Cento e um dias passaram-se desde que a Faixa de Gaza ficou na escuridão, sem eletricidade, sem água, sem remédios e comunicações", denunciou Shtayyeh, acrescentando que o enclave palestiniano está a ser condenado a "uma morte lenta e rápida" e que milhares pessoas já morreram desde o início da guerra de Israel contra o Hamas a 07 de outubro.

"Exijo que se ponha fim à agressão contra o nosso povo, que sejam entregues quantidades suficientes de alimentos e ajuda humanitária, que a central elétrica seja reativada e que as redes de abastecimento de eletricidade e água sejam ligadas", exigiu o primeiro-ministro palestiniano.

Shtayyeh também pediu aos Estados Unidos, à Europa e ao resto dos "patrocinadores" de Israel que pressionem a sua "criança mimada" a colocar um fim a todos os seus "crimes".

O Estado sul-africano apresentou em dezembro um pedido urgente ao TIJ para que ordene a Israel que "suspenda imediatamente as operações militares" na Faixa de Gaza.

As duas primeiras audiências do caso no TIJ aconteceram na quinta-feira e sexta-feira da semana passada.

A África do Sul pediu na quinta-feira aos juízes que imponham ordens preliminares vinculativas a Israel, incluindo a suspensão imediata da campanha militar israelita em Gaza. A presidente do TIJ, Joan E. Donoghue, disse que a África do Sul argumenta que as ações israelitas após os ataques de 07 de outubro do Hamas "têm caráter genocida".

Segundo a presidente do TIJ, afirma também que Israel "não conseguiu evitar o genocídio e está a cometer genocídio".

Israel rejeita as acusações da África do Sul.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.400 mortos, segundo as autoridades.

Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas, no poder em Gaza, e lançou uma ofensiva no território palestiniano que causou mais 23.300 mortos, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas.

Fonte: NM