"Ele sabia, escolheu apoiar o plano genocida, escolheu ocupar um papel central e essencial neste sistema", acrescentaram.
Sosthène Munyemana é suspeito de ter desempenhado um papel nos massacres, ao assinar uma moção de apoio ao governo interino estabelecido após o ataque ao avião do Presidente hutu Juvénal Habyarimana, que incentivou os assassínios cometidos entre abril e julho de 1994.
Este genocídio deixou, segundo a ONU, mais de 800 mil vítimas, a maioria delas de etnia tutsi.
O médico também é acusado de ter montado barreiras e patrulhas em Tumba, na prefeitura de Butare (no sul de Ruanda), nas quais as pessoas foram presas antes de serem mortas, bem como de ter usado a chave de um escritório do sector onde os tutsis foram presos antes de serem mortos.
Ao longo das cinco semanas de audiências e debates no Tribunal de Justiça, Sosthène Munyemana nunca deixou de contestar as acusações, alegando ter sido um hutu moderado que, pelo contrário, tentou "salvar" os tutsis, oferecendo-lhes "refúgio" naquele gabinete do setor em questão.
"É o local mais exposto de Tumba, não há esperança de sobreviver ali escondendo-se ali", pelo contrário, estimou a defensora geral Sophie Havard, descrevendo este local como um "corredor de mortos".
Fonte: NM