Internacional
24 Agosto de 2023 | 11h54

Imagens mostram destroços do jato que transportava Yevgeny Prigozhin

Acidente aconteceu na quarta-feira e todos os ocupantes do aparelho morreram.

Um jato privado despenhou-se na quarta-feira, ditando a morte de todos os seus passageiros. Entre eles estava, alegadamente, Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário russo Wagner, e  Dmitry Utkin, um dos fundadores do mesmo grupo.

"De acordo com a companhia aérea, os seguintes passageiros estavam a bordo do avião Embraer - 135", disse Rosaviatsiya, citando os nomes de Prigozhin e Utkin.

Um canal na rede social Telegram próximo do grupo, Grey Zone, publicou que Prigozhin e Utkin morreram "como resultado das ações de traidores da Rússia".  

Imagens partilhadas pela Getty mostram os destroços do aparelho, caiu junto à vila de Kuzhenkino, na região de Tver. Pode ver-se, também, equipas de resgate a transportarem alguns dos corpos recolhidos no local.

O Ministério de Situações de Emergência confirmou que o aparelho Embraer Legacy caiu quando fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo, e que três das dez pessoas que viajavam a bordo do aparelho eram tripulantes.

Diferentes versões do ocorrido são discutidas nas redes sociais russas. Canais próximos do grupo Wagner afirmam que o avião poderá ter sido abatido pela defesa antiaérea russa, outros por um atentado ou ainda por um 'drone' inimigo.

Prigozhin e a rebelião que o colocaram contra Putin

O líder dos mercenários Wagner, de 62 anos, lutou ao lado do exército regular russo na Ucrânia e mantinha operações militares há longo tempo na Síria e em vários países africanos, e protagonizou há dois meses uma rebelião militar fracassada contra as chefias militares de Moscovo, na qual chegou a tomar uma das cidades mais importantes do sul da Rússia, Rostov-no-Don.

Após a mediação do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, Prigozhin concordou em retirar os seus mercenários e transferir a sua base para o território daquela antiga república soviética.

Depois de acusá-lo de traição, o Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu-o no Kremlin, após o que Prigozhin anunciou o reinício das operações do Grupo Wagner em África.

Putin participou hoje na região fronteiriça de Kursk numa cerimónia oficial por ocasião do 80.º aniversário da Batalha de Kursk, uma das mais importantes da Segunda Guerra Mundial entre os exércitos soviético e nazi.

O canal no Telegram Orquestra Wagner, próximo da empresa militar, referiu que o desaparecimento de Prigozhin é "uma grande tragédia para a pátria" e que, "se foi uma facada nas costas (...) a pátria existirá, mas o seu destino, como o de qualquer 'Judas', não é invejável".

Fonte: NM