Sociedade
24 Agosto de 2023 | 11h28

Bispos da CEAST querem Igreja mais activa

O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) defendeu ontem, em Luanda, que a Igreja deve continuar a ser um pilar para a construção de uma sociedade melhor, assente no homem.

Dom Manuel Imbamba disse, durante a II Assembleia Plenária da CEAST, que a Igreja se deve tornar uma facilitadora do encontro das pessoas com Cristo. O presidente da CEAST realçou, no entanto, que perante os actuais desafios sociais a missão sacerdotal precisa de se redescobrir e aprender a relançar o perfil missionário.

O arcebispo lamentou o facto de, aos poucos, com base no contexto actual, muitos acreditarem que a Igreja esteja a ter um papel irrelevante na sociedade, principalmente entre os jovens.

Crianças e a Igreja

O foco da acção pastoral, defendeu Dom Manuel Imbamba, continua a ser as crianças. "A atenção volta a ser a temática da integração social das crianças, algumas muito maltratadas pelas famílias e a sociedade. A CEAST quer mudar a consciência no meio das famílias, da Igreja e da sociedade sobre o assunto”, afirmou.

O também arcebispo de Saurimo disse que as crianças devem ser colocadas no centro das atenções e preocupações. "As instituições sociais devem ter mais atenção com esta camada social. Por isso, renovo o apelo a todos os fiéis, para redobrar esforços em prol dos menores”. As escolas católicas, avançou, têm um papel fundamental, por ajudarem na formação de muitas crianças angolanas, em especial as das famílias vulneráveis. "Elas devem prosseguir abnegada e pacientemente a sua missão, a fim de lançar novas sementes evangélicas e culturais nas famílias, assim como na sociedade”, pediu.    

Colectivo

Para Dom Manuel Imbamba, a sociedade moderna de hoje exige que cada cidadão seja um sujeito activo na transformação do edifício social, político, económico e cultural.  "A sociedade em vez de massificar, diluindo o eu, deve personalizar, enaltecendo a dignidade pessoal, ou seja, enaltecendo o colectivo”, destacou.

O arcebispo acredita que o individualismo deveria fomentar relações interpessoais fortes, solidárias e satisfatórias, ao invés de instigar a intriga, a banalidade, a divisão, o tribalismo e a falsidade. "É muito importante, hoje, incentivar a verdade, assim como o sentido de honra, através da ética dos valores autênticos e educar para o convívio na diferença”.

Homenagem

A II Assembleia Plenária da CEAST  serviu, igualmente, para render homenagens aos bispos já falecidos Dom Mário Lukunde, bispo emérito de Menongue, Francisco Viti, do Huambo, e Francisco da Mata Mourisca, do Uíge, falecidos entre Fevereiro, Março e Abril deste ano.

A assembleia vai analisar, ainda, o terceiro ano do triénio sobre criança 2023/2024, o relatório das comissões episcopais, assim como o reconhecimento dos entes eclesiásticos e a revisão dos estatutos da CEAST.

Fonte: JA