A ameaça, dizem os autores, é uma consequência directa do aumento das concentrações de gases de efeito estufa.
Para questionar os prognósticos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) — que considera a tese de colapso total improvável neste século — a equipe utilizou novas ferramenta estatísticas e dados da temperatura oceânica colhidos nos últimos 150 anos.
A conclusão foi que a corrente marinha conhecida como Circulação Termoalina, ou Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), apresenta uma probabilidade de 95% para entrar em colapso entre 2025 e 2095. Chamada no estudo de "esteira transportadora do oceano”, a AMOC leva água quente dos trópicos para o norte do Atlântico e traz águas mais frias na volta.
De acordo com o Peter Ditlevsen, professor na KU e primeiro autor do artigo, "Desligar a AMOC pode ter consequências muito sérias para o clima da Terra, alterando, por exemplo, a forma como o calor e a precipitação são distribuídos globalmente".
Embora as consequências de um resfriamento possam soar menos impactantes na Europa devido ao aquecimento global, um aumento das temperaturas nos trópicos poderia ter efeitos devastadores na qualidade de vida. Sem contar que os efeitos indiretos desregulariam ecossistemas inteiros, afetando a própria segurança alimentar.
O resultado foi um método que não somente determina "se uma transição crítica acontecerá, mas também uma estimativa de quando isso acontecerá", diz o estudo. Dessa forma, os autores buscaram reduzir o índice de incerteza, por se tratar de "indicadores claros de um colapso iminente".
Fonte: TecMundo