Numa iniciativa da Fundação Dr. António Agostinho Neto, o acto realizado está inserido nas as celebrações do centenário do primeiro Presidente de Angola, assinalado a 17 de Setembro de 2022.

O descerramento do busto aconteceu na manhã de ontem, no Largo Beato Plácido Riccardi, em Roma, numa cerimónia testemunhada pelo ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, pela embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola na Itália, Fátima Jardim, representante da embaixada de Portugal, representação angolana junto da Santa Sé, membros da comunidade angolana.

O acto foi  presenciado, igualmente, pelos embaixadores Jorge José de Figueiredo Gonçalves, de Cabo Verde, Santos Álvaro, de Moçambique, Alexey Vladimiro Cich Paramonov, da Rússia, e Mietane Chauke, do Zimbabué, todos acreditados na Itália, assim como o professor Giorgio de Marchis, director do Departamento de Línguas, Literatura e Cultura e Coordenador da Cátedra Agostinho Neto, na Universidade de "Roma Tre”.

O busto foi produzido em bronze fundido, com o peso de 54 quilogramas e tem uma altura de 120 centímetros e 90 centímetros de largura e comprimento.

A delegação da FAAN chefiada pela sua presidente, Maria Eugénia Neto, é integrada, ainda, pela  presidente do Conselho de Administração, Irene Alexandra Neto, e pelos directores Cherone Campos, Victor Bunga e Miguel Luvumbu.

Ordem de Amílcar Cabral

A Presidente da Fundação Dr. António Agostinho Neto (FAAN), Maria Eugénia Neto, vai ser condecorada com a Ordem de Amílcar Cabral, no próximo dia 5 de Julho, em Cabo Verde, pelo Presidente cabo-verdiano, José Maria das Neves.

A convite da Chancelaria das Ordens e Títulos Honoríficos da Presidência da República de Cabo Verde, Maria Eugénia Neto, presidente da FAAN e viúva de António Agostinho Neto, desloca-se àquele arquipélago localizado ao largo da costa da África Ocidental, para lhe ser conferida a Ordem Amílcar Cabral, o mais elevado título honorífico de Cabo Verde, pelo Presidente da República de Cabo Verde, José Maria das Neves, por ocasião da celebração do 48º aniversário da Independência Nacional, em reconhecimento do seu compromisso infalível com a luta de libertação de Angola e de África e a sua fidelidade, sem falhas, aos ideais da luta conduzida por Agostinho Neto.

O acto de imposição da Ordem Amílcar Cabral a Maria Eugénia Neto será testemunhado pela presidente do Conselho de Administração, Irene Alexandra Neto, pelo administrador executivo, Amarildo da Conceição, pela directora Cherone Campos e netos do patrono da fundação.

 
Perfil

Maria Eugénia da Silva Neto nasceu em Montalegre, em Portugal, a 8 de Março de 1934. É uma escritora e jornalista luso-angolana, primeira ocupante do posto de primeira-dama angolana. Preside a Fundação Agostinho Neto e é membro-fundadora da União dos Escritores Angolanos e da Academia Angolana de Letras.

É uma das mais importantes escritoras vivas de Angola, escrevendo nos géneros literários poesia, prosa, encómio e literatura infanto-juvenil.

Na sua juventude muda-se com os pais para Lisboa, onde estuda desenho e participa nos coros do Conservatório Nacional de Lisboa. Na década de 1940 escreve os seus primeiros poemas, publicando-os em periódicos e boletins da capital portuguesa.

Em 1948, Eugénia Neto assiste A uma reunião de um círculo de escritores e intelectuais africanos em Lisboa. Ali conhece Agostinho Neto, com quem se casaria dez anos depois. A proximidade entre os dois, inicialmente vinculada à poesia, tomaria forma de relacionamento a partir de 1952.

Na década de 1950 matricula-se num curso línguas estrangeiras da Universidade de Lisboa, passando a tra-balhar como jornalista, ganhando também recursos como tradutora de textos de língua inglesa.