Saúde
18 Junho de 2023 | 10h44

221 bebés nascem livres do HIV desde Janeiro

Um total de 221 bebés de mães seropositivas nasceu livre do contágio do vírus da Sida, entre Janeiro até este mês, na Maternidade Lucrécia Paim, revelou, sábado, a directora dos Serviços Ambulatório da referida unidade.

Eurídice Chongolola referiu que o feito foi graças ao programa "Nascer Livre Para Brilhar”, direccionado para expansão do programa de corte de transmissão vertical.

A directora dos Serviços Ambulatórios informou ao Jornal de Angola que a Maternidade é o ponto focal de seguimento na prevenção do HIV a nível da província de Luanda, o que permite o controlo das pacientes seropositivas.

A responsável adiantou que houve algumas modificações no ponto de vista de abordagem com a implementação do projecto "Nascer Livre Para Brilhar”, por garantir a consolidação de alguns programas. Com isso, registou-se um aumento no número das pacientes institucionalmente e beneficiadas da prevenção da contaminação de mãe para filho. "Isto para nós é um ganho”, disse.

Eurídice Chongolola explicou que, no quadro do programa, as mulheres gestantes passam a ter acompanhamento rigoroso e os filhos só são liberados após dois anos com o respectivo exame final.

A médica gineco-obstetra fez saber que dos rastreios feitos, neste primeiro semestre, às crianças expostas ao HIV, apenas um recém-nascido teve o teste com positividade para a patologia.

"Num universo daquilo que se trabalhou, isto significa apenas um por cento de casos positivos, sendo um sinal que as estratégias para a prevenção vertical de mãe para filho estão a surtir efeito”, considerou.

A médica referiu que a intenção é que se chegue à redução total de infecções, para que todas as crianças tenham a possibilidade de nascer livre para brilhar.

A especialista destacou que um dos pontos mais importantes para o cumprimento do programa "Nascer Livre Para Brilhar” tem a ver com a disseminação de informação sobre a importância de as mulheres procurarem os serviços de pré-natal nas maternidades.

"Há necessidade de se criar mecanismos para fazer chegar a informação à população, apesar de se verificar um aumento das mulheres na procura dos serviços da Maternidade para saber do seu estado serológico”, avançou. 

Euridice Chongolola explicou que nas consultas pré-natais, ao se detectar alguma alteração nos exames com relação às doenças serológicas, é de imediato criado um processo de acompanhamento terapêutico até ao desfecho do trabalho de parto.

A campanha nacional "Nascer Livre para Brilhar” foi lançada em Dezembro de 2018, no Luena, província do Moxico, numa iniciativa da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço.

A iniciativa visa trazer a consciência e priorizar a problemática vivida por todos os países do continente, assim como reforçar o compromisso político de todas as Nações africanas, no que diz respeito à redução da mortalidade materno-infantil. Actualmente, o programa assiste mais de três mil mulheres em todo o país.

 

Fonte: JA