Um total de 221 bebés de mães seropositivas nasceu livre do contágio do vírus da Sida, entre Janeiro até este mês, na Maternidade Lucrécia Paim, revelou, sábado, a directora dos Serviços Ambulatório da referida unidade.
Eurídice Chongolola referiu que o feito foi graças ao programa "Nascer Livre Para Brilhar”, direccionado para expansão do programa de corte de transmissão vertical.
A directora dos Serviços Ambulatórios informou ao Jornal de Angola que a Maternidade é o ponto focal de seguimento na prevenção do HIV a nível da província de Luanda, o que permite o controlo das pacientes seropositivas.
A responsável adiantou que houve algumas modificações no ponto de vista de abordagem com a implementação do projecto "Nascer Livre Para Brilhar”, por garantir a consolidação de alguns programas. Com isso, registou-se um aumento no número das pacientes institucionalmente e beneficiadas da prevenção da contaminação de mãe para filho. "Isto para nós é um ganho”, disse.
Eurídice Chongolola explicou que, no quadro do programa, as mulheres gestantes passam a ter acompanhamento rigoroso e os filhos só são liberados após dois anos com o respectivo exame final.
A médica gineco-obstetra fez saber que dos rastreios feitos, neste primeiro semestre, às crianças expostas ao HIV, apenas um recém-nascido teve o teste com positividade para a patologia.
"Num universo daquilo que se trabalhou, isto significa apenas um por cento de casos positivos, sendo um sinal que as estratégias para a prevenção vertical de mãe para filho estão a surtir efeito”, considerou.
A médica referiu que a intenção é que se chegue à redução total de infecções, para que todas as crianças tenham a possibilidade de nascer livre para brilhar.
A especialista destacou que um dos pontos mais importantes para o cumprimento do programa "Nascer Livre Para Brilhar” tem a ver com a disseminação de informação sobre a importância de as mulheres procurarem os serviços de pré-natal nas maternidades.
"Há necessidade de se criar mecanismos para fazer chegar a informação à população, apesar de se verificar um aumento das mulheres na procura dos serviços da Maternidade para saber do seu estado serológico”, avançou.
Euridice Chongolola explicou que nas consultas pré-natais, ao se detectar alguma alteração nos exames com relação às doenças serológicas, é de imediato criado um processo de acompanhamento terapêutico até ao desfecho do trabalho de parto.
A campanha nacional "Nascer Livre para Brilhar” foi lançada em Dezembro de 2018, no Luena, província do Moxico, numa iniciativa da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço.
A iniciativa visa trazer a consciência e priorizar a problemática vivida por todos os países do continente, assim como reforçar o compromisso político de todas as Nações africanas, no que diz respeito à redução da mortalidade materno-infantil. Actualmente, o programa assiste mais de três mil mulheres em todo o país.
Fonte: JA