Internacional
18 Maio de 2023 | 14h37

"Teremos de responder". Medvedev alerta para perigos da Ucrânia na NATO

O ex-presidente russo alertou para os riscos de a Ucrânia ser aceite na aliança transatlântica "pelos actuais líderes idiotas" e lembrou a existência do artigo 5 do Tratado de Washington.

O ex-presidente e actual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, voltou a alertar o Ocidente para os perigos da adesão da Ucrânia à aliança transatlântica NATO.

Numa publicação, na plataforma Telegram, o político russo começou por referir declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Henry Kissinger, ao jornal The Economist, que defendeu que, por questões de segurança da Europa, a Ucrânia deveria aderir à NATO.

Na ótica de Medvedev, o ex-presidente, de 99 anos, está "completamente errado" e em causa está não está uma "ameaça hipotética, mas directa e óbvia".

Na publicação, alertou ainda para os riscos de a Ucrânia ser aceite na aliança transatlântica "pelos actuais líderes idiotas".

Primeiro, lembrou, "a NATO já está a travar uma guerra híbrida" contra a Rússia e depois "o regime nacionalista ucraniano não desistirá de tentar reconquistar os territórios perdidos".

Neste sentido, a Rússia terá "de responder duramente por todos os meios possíveis" e é aí que entra "o artigo 5 do Tratado de Washington", que dita que, segundo a NATO, que "as partes concordam que um ataque armado contra uma ou várias delas na Europa ou na América do Norte será considerado um ataque a todas".

"Argumentos subtis sobre a prevenção de ameaças existenciais não funcionam durante conflitos sangrentos. Isso deve ficar claro até mesmo para aqueles que se aproximaram do centenário", sublinhou Medvedev, referindo-se a Kissinger, que celebra o 100.º aniversário no próximo dia 27 de maio.

Anteriormente, Medvedev já tinha alertado que a adesão da Ucrânia à NATO iria levar o mundo para uma Terceira Guerra Mundial.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 15 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Fonte: NM