Sociedade
25 Abril de 2023 | 14h27

Mais de 18 mil famílias afectadas pelas chuvas estão a receber apoio

A Comissão Nacional de Protecção Civil anunciou, esta segunda-feira, em Luanda, que as equipas vão intensificar as acções de ajuda às 18.860 famílias afectadas pelas chuvas no território nacional, de Agosto (2022) a Abril de 2023, assegurando que as mesmas já começaram a receber os primeiros apoios, com realce para a entrega de bens alimentares e vestuário.

A decisão foi tomada após uma reunião com carácter de emergência que, além de avaliar as acções desenvolvidas em prol das vítimas, com o objectivo de analisar a resposta imediata dos serviços de protecção civil prestados durante e depois das enxurradas, também aferiu os dados estatísticos das chuvas de 21 de Agosto (2022) a 21 de Abril de 2023.

Nesta ordem, a Comissão Nacional de Protecção Civil decidiu continuar a apoiar as famílias afectadas e em situação de carência, tendo disponibilizado um conjunto de habitações, bens alimentares, vestuários, materiais de melhoria de condições de habitabilidade, kit de primeira necessidade, reposição do fornecimento de energia eléctrica e água potável.

Está previsto, segundo o plano operacional, o acesso imediato aos serviços básicos e universais de saúde, trabalhos de terraplanagem de vias para se retomar a livre circulação de pessoas e bens nas comunidades, reposição de dispositivos operacionais de segurança, no âmbito da tranquilidade e ordem pública, bem como aconselhamento técnico direccionado para prevenir danos humanos e materiais durante a época chuvosa.

Os membros da Comissão apreciaram, também, as acções para devolver à comu- nidade as condições de convivência normais, nomeadamente a restauração de serviços básicos e a reparação de danos físicos, sociais e económicos, incluindo a realização de limpeza e remoção de escombros, assistência e cuidados sustentados às vítimas das cheias.

Durante a reunião foram analisadas, igualmente, as propostas de medidas constantes do Plano de Apoio a serem adoptadas no curto, médio e longo prazos, para responder aos problemas causados pela chuva.

O porta-voz do Secretariado Executivo da Comissão de Protecção Civil, Manuel Lutango, disse que o Plano de Emergência que está a ser elaborado, consiste em acções de respostas que precisam ser consolidadas para o apoio às vítimas da chuva.

Na reunião, que contou com a presença do ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, foi orientada pela ministra de Estado para Área Social, Dalva Ringote, tendo a participação dos ministros da Energia e Águas, Administração do Território, do Interior e do governador da Província de Luanda e responsáveis de vários departamentos ministeriais, foram analisados, a propósito, os danos estatísticos das chuvas e principais necessidades para se incrementar as acções de resposta e socorro durante o período de emergência que o país vive.


Dados estatísticos por província

Do total dos dados estatísticos contam-se, em todo o país, 332 mortos, 649 feridos, 1 desaparecido, 4.292 residências danificadas, 3.827 residências destruídas, 10.741 residências inundadas, 18.860 famílias afectadas, perfazendo um total de  90. 528 pessoas afectadas.

Para dar uma resposta célere às acções a serem desenvolvidas, as províncias afectadas vão necessitar de motosserras de médio porte, motobombas de médio porte, coletes salva vidas, geradores com torre de iluminação para trabalhos noturnos, equipamentos de protecção individual para segurança das equipas de salvamento.

De acordo com um documento a que o Jornal de Angola teve acesso, sobre os dados estatísticos dos danos das chuvas e principais necessidades de assistência, o Bengo não registou nenhuma morte, nem feridos ou desaparecidos. Foram danificadas nesta província 115 residências, 140 destruídas, 255 famílias afectadas e 1.224 pessoas igualmente afectadas.

A província do Bengo tem como necessidades de meios para a assistência, fornecimento de bens alimentares e vestuário, criação de abrigos e kit de primeira necessidade. A província de Benguela registou 16 mortes, 20 feridos, 213 residências danificadas e 37 destruídas, 25º famílias afectadas e 1.200 pessoas afectadas.

A província de Luanda é das que mais mortos teve, a seguir a Lunda-Norte. Luanda conta até ao momento com 36 mortos, cinco feridos, 1 desaparecido,31 residências danificadas, 12 destruídas, 8.781 inundadas,8.824 famílias afectadas e 42.355 pessoas afectadas.

Lunda-Norte, 50 mortos, 13 feridos, 825 residências danificadas, 160 destruídas,985 famílias afectadas e 4.728 pessoas afectadas.

Luanda-Sul. 20 mortos, 10 feridos, 639 residências danificadas,149 destruídas,73 inundadas,587 famílias afectadas e 2.818 pessoas afectadas.

Malanje, sete mortos, cinco feridos,75 residências danificadas,439 destruídas,73 inundadas, 587 famílias afectadas e 2.818 pessoas afectadas. Moxico, 1 morto, 1 ferido,579 residências danificadas,106 destruídas,58 inundadas,743 famílias afectadas e 3.566 pessoas afectadas.

O Bié registou 32 mortos, 16 feridos, 255 residências danificadas, 550 destruídas, 16 residências inundadas, 821 famílias afectadas e 3.941 pessoas afectadas. Já o Cuando Cubango registou 40 mortes, 27 feridos, 209 residências danificadas e 219 destruídas, três inundadas, 431 famílias afectadas e 2.069 pessoas afectadas. Cabinda, conta com 21 mortos,464 feridos,202 residências danificadas e 436 destruídas, 909 inundadas,1.547 famílias afectadas e 7.426 pessoas danificadas.

Cuanza –Norte, cinco mortos, um ferido, 454 residências danificadas,175 destruídas,568 inundadas,1.197 afectadas e 5.746 pessoas afectadas.

Cuanza Sul- 10 mortos, três feridos, 271 residências danificadas, 62 destruídas, 24 inundadas, 357 famílias afectadas e 1.714, pessoas afectadas. Cunene teve dois mortos, um ferido, 142 residências destruídas, 142 famílias afectadas e 682 famílias afectadas.

Huambo é a província que perdeu mais pessoas, com 54 mortos, 65 feridos, 169 residências danificadas, 1.119 destruídas, 50 inundadas, 1.338 famílias afectadas e 6.422 pessoas afectadas. Huíla, 31 mortes, oito feridos, 11 residências danificadas, 19 destruídas, 30 famílias afectadas e 144 famílias igualmente afectadas.

Namibe, 1 morto, igual número de feridos, 17 residências danificadas, 14 residências destruídas,42 inundadas, 73 famílias afectadas e 350 pessoas afectadas. Uíge,3 mortos, oito feridos,94 residências danificadas,36 destruídas,29 inundadas,159 famílias afectadas e 763 pessoas afectadas.  Zaire, três mortos, um ferido, 133 residências, 12 destruídas,143 inundadas,288 famílias afectadas e 1.382 pessoas afectadas.

Fonte: JA