A informação foi avançada esta segunda-feira à imprensa pela presidente do Grupo Nacional de acompanhamento à UIP, Idalina Valente, no final de uma reunião da Comissão Organizadora do evento, orientada pela presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira.
Nessa reunião, foi aprovada a composição da comissão organizadora, coordenada pela presidente do Parlamento angolano.
A comissão organizadora comporta três sub-comissões de trabalho, designadamente a sub-comissão de organização, documentação, asseguramento, comunicação e imprensa, a sub-comissão de finanças, logística, protocolo e transportes, a sub-comissão de eventos, bem como um secretariado executivo que vai dar apoio a essas sub-comissões.
A deputada Idalina Valente, que é igualmente porta-voz do certame, enfatizou o facto de ser a segunda vez que um país de expressão portuguesa organiza essa reunião, sendo que a última vez ocorreu há 63 anos, no Brasil.
Fez saber que durante a Assembleia Geral será eleito um novo presidente da UIP, que sairá do Grupo Africano, notando ter sido identificada uma candidata da África subsariana, cujo nome não revelou.
"Portanto, vamos eleger um africano para presidir à organização nos próximos três anos, o que já não acontecia há algum tempo", sustentou.
Disse constituir um grande desafio para o país acolher cerca de 1400 deputados oriundos de todos os parlamentos membros da UIP.
"São cerca de 172 países, mais alguns membros observadores, o que significa que, de facto, daqui até Outubro temos um grande trabalho em vários aspectos, mas que vamos tirar com certeza benefício deste grande trabalho que vamos realizar", sublinhou.
Tema sobre os benefícios da paz
A deputada Idalina Valente fez fazer que o país anfitrião tem a possibilidade de escolher o tema principal do evento.
Inicialmente, disse, havia sido sugerido um tema relacionado às mudanças climáticas, "mas, efectivamente, já temos estado nos últimos tempos a debater muito esse assunto".
Adiantou que, em negociação com o secretáriado da UIP, ainda não se definiu a designação do tema, "mas por proposta deles (secretariado da UIP) e por vontade própria gostaríamos que fosse um tema que se relacionasse aos benefícios da paz e ao alcance dos objectivos de desenvolvimento sustentável".
Conforme a porta-voz do evento, o país tem o grande desafio de criar as condições técnicas, materiais e humanas, para assegurar a boa realização de um evento desta natureza, desde equipamentos de imprensa, de fotografia, tecnologias de informação e comunicação, entre outros.
Idalina Valente enfatizou ainda o facto de o país ter capacidade hoteleira suficiente para albergar os delegados em hotéis de três, quatro e cinco estrelas, "mas teremos que nos certificar de que esses hotéis estão a funcionar na sua plenitude".
Informou que em Junho, a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, na qualidade de coordenadora do certame, vai enviar as cartas convite aos 172 membros da organização e aos cerca de 43 observadores, para se fazerem presentes no magno evento.
"E, nessa altura, teremos de ter informação sobre a saúde, a facilidade dos vistos, a disponibilidade de hotéis e toda uma série de questões logísticas que temos que assegurar para que os participantes possam vir em paz e com a plena certeza de que tudo vai correr bem", vincou Idalina Valente, que também já foi membro do Comité Executivo da UIP.
A União Interparlamentaria (UIP), fundada em Junho de 1889 por Frédéric Passy e William Randal Cremer, é a organização internacional dos parlamentos.
Como tal, é a única organização que representa a rama legislativa dos governos numa escala mundial. Diferente de outras organizações internacionais, não é intergovernamental senão uma instituição para o fomento da cooperação entre os parlamentos entre si.
Trabalha sob o sistema das Nações Unidas, e seu propósito fundamental é obter paz, cooperação entre os povos e a consolidação das instituições representativas, através do diálogo político.
É considerada como a organização política internacional pioneira, conta com mais de 170 parlamentos nacionais afiliados e 12 Assembleias parlamentares regionais associadas.
Actualmente, a UIP é o principal interlocutor parlamentar das Nações Unidas e leva a voz dos parlamentos aos processos de tomada de decisão das Nações Unidas, apresentando regularmente suas resoluções na Assembleia Geral, realizando declarações, participando em debates e organizando reuniões parlamentares sobre os temas principais da agenda da ONU.
Em reconhecimento a este importante papel, em 2002 as Nações Unidas a outorgaram o estatuto de observador permanente.Fonte: Angop
