Segundo o padre Correia Hilário, do Domingo de Ramos até ao Domingo de Páscoa, a igreja celebra, vive e encarna os momentos mais fortes da existência de Jesus Cristo e  da sua presença no mundo. 

Acrescentou que a tradição litúrgica do Domingo da Quaresma convida os cristãos a contemplar um Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a sua humanidade, se fez um de nós, servo dos homens, ensinou-nos a amar até os que nos difamam, caluniam, fofocam e ofendem. "Cristo deixou-se matar, para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos com a sua ressurreição”.

Correia Hilário afirma que, na cruz, Cristo realizou plenamente o desígnio do Pai, fez a vontade daquele que o enviou. 

O vigário da Nossa Senhora da Nazaré sustenta que o Filho de Deus dorme na mansão dos mortos e vai ao encontro dos que já partiram deste mundo, transmitindo-lhes a boa nova da ressurreição eterna. 

O padre reafirma que Jesus é o doador da vida nova, o Sumo-Sacerdote da humanidade, o ungido do Pai, o Mediador entre Deus e a humanidade, o Cordeiro Pascal de Deus que tira o pecado do mundo. 

O prelado católico revela que o Domingo de Ramos representa a abertura da Semana Santa, a semana maior da fé cristã, em que os acontecimentos da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo nos convidam a mergulhar no mundo da paixão de Cristo Ressuscitado na Cruz.

"Na nossa adesão ao plano de salvação da humanidade decaída, somos chamados a estar com Cristo e preparar o nosso coração, ungir a alma com o bálsamo da alegria, pois o sofrimento de Jesus é a chave para entendermos a nossa história e também o ponto central da vida, que passa pela cruz e brilha na eternidade”, disse. 

Importa realçar que a Páscoa é uma comemoração que surgiu na tradição judaica em memória da libertação do povo hebreu da escravidão no Egipto. Na tradição hebraica, a festa aconteceu porque Javé enviou uma ordem para que Moisés repassasse aos hebreus. Os judeus relembram a passagem do anjo da morte durante o acontecimento da décima praga do Egipto. Em referência a isso, esse povo chama a Páscoa de "Pesach”, que significa "passagem”.

No cristianismo, por sua vez, a Páscoa possui um significado distinto da crença judaica, mas, apesar disso, a festa cristã possui uma ligação directa com a dos judeus. Para os cristãos, a Páscoa se relaciona com a crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Dentro da tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no terceiro dia após a sua crucificação.

O sacerdote reforça que, ainda dentro da Semana Santa, encontramos o Tríduo Pascal, ou seja os três dias mais fortes, mais intensos, que são: Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e o Sábado Santo, que antecedem ao Domingo de Páscoa.

Dentro da tradição cristã, a Páscoa é uma das mais importantes celebrações (para muitos, a mais importante), porque evidencia a importância da ressurreição de Cristo para os cristãos. O apóstolo Paulo afirma, em sua carta registada em I Coríntios 15:14, que "Se Cristo não ressuscitou é vã a nossa pregação e também é vã a vossa fé”.