Economia
12 Fevereiro de 2023 | 11h52

Angola possui 36 dos 51 minerais mais procurados no mundo

São conhecidos, actualmente, em Angola, 36 dos 51 minerais considerados mais críticos ao nível do mundo, alguns dos quais prestes a entrar em produção.

A lista será revisada, se necessário, em cada cinco anos, em consulta com os especialistas da indústria de mineração.

Segundo o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, na abertura do Fórum de Investimentos, à margem do Mining Indaba 2023, o país é dotado de um enorme potencial mineiro para tecnologias de energia limpa que, entre outros, inclui crómio, cobalto, cobre, grafite, minério de ferro, chumbo, lítio, manganês, neodímio, praseodímio, níquel, prata, titânio e zinco, todos eles em diferentes estágios da cadeia de valor do desenvolvimento mineral.

Considerando este facto, o governante garantiu que Angola é e será uma fonte confiável para os minerais críticos necessários para a transição energética, acrescentando que o "Governo angolano não apenas promoverá a extracção desses minerais, mas também exigirá que uma parte significativa da cadeia de valor desses minerais seja desenvolvida no país”.

Diamantino Azevedo disse ainda que "dada a necessidade urgente de desenvolver os minerais críticos de Angola, os esforços iniciais estão concentrados nos minerais como lítio, minério de ferro, níquel, chumbo, cobalto, cobre e elementos de terras raras, visando toda a cadeia de valor”. Nesse sentido, segundo o ministro, nos próximos anos, prevê-se o início da produção de neodímio e praseodímio, utilizados na fabricação de baterias para carros eléctricos, além de cobre e nióbio.

"Isto significa que Angola pode dar um grande salto em termos de exploração de minerais críticos, nos próximos cinco anos.

Actualmente, os minerais críticos representam uma oportunidade geracional para o Governo de Angola, economia e futura emissão líquida zero. Eles são a base sobre a qual a tecnologia moderna é construída”, ressaltou Diamantino Azevedo.


Oportunidades

Durante o Fórum, que decorreu sob o lema "Minerais Críticos para a Transição Energética”, o ministro informou que Angola tem projecções para desenvolver, significativamente, projectos de exploração de minerais críticos para vários desses minerais, superando as necessidades actuais.

As oportunidades existem em todas as províncias do país onde ocorrem minerais críticos.

Para os potenciais investidores, Diamantino Azevedo garantiu também que o país tem depósitos significativos de minerais críticos, um ambiente de investimento estável, forte modelo regulatório e de boa governança para atrair empresas confiáveis de muitos dos principais países investidores do mundo.

"Para simplificar, podemos dizer que os nossos potenciais investidores precisam de confiar em alguém. Então, vamos fazer com que eles confiem em nós”, sublinhou.


Empresas garantem investimentos no sector

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo,  anunciou na África do Sul, à margem do fórum de minas, que muitas empresas estrangeiras garantiram investimento ao sector mineiro angolano. A declaração de Diamantino Azevedo foi prestada à saída da conferência intergovernamental, realizada à margem do Mining Indaba 2023.

O governante referiu ainda que, na conferência, apresentou as realizações do sector, quer ao nível das reformas legislativa e institucional, que resultou no actual Modelo de Governação, como ao nível do aumento do conhecimento geológico.

Diamantino Azevedo avançou que houve um incremento de facilidades técnicas com a construção de laboratórios, assim como de escolas técnico-profissionais e  centros de excelência construídos durante os últimos cinco anos.

"Temos como resultado do mandato anterior a atracção de três grandes empresas para Angola, nomeadamente, a AngloAmerican, Rio Tinto e a De Beers e ainda outras de pequena e média capacidade”, disse o governante.

Das várias audiências mantidas na África do Sul, Diamantino Azevedo recebeu garantias de muitas empresas investirem em Angola.

"Já resolvemos os problemas que faziam com que algumas empresas não tomassem a decisão final para irem ao país”, destacou o ministro.

Diamantino Azevedo disse que deixou aos participantes a mensagem de que o sector mineiro angolano perspectiva a melhoria das questões ambientais, maior envolvimento das comunidades próximas das áreas mineiras para que possam beneficiar da actividade de mineração.

"Nesta Mining Indaba 2023, estamos com a certeza de que alcançamos os objectivos. Preparámos bem a nossa participação e, neste ponto de vista, estamos satisfeitos”, concluiu o ministro.


EUA apoiam projectos de terras raras

O secretário de Estado adjunto para o Crescimento Económico, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos da América, José Fernandez, disse que o seu país vai prestar assistência à empresa que desenvolve o Projecto de Terras Raras no país.

A confirmação foi feita durante o encontro que José Fernandez manteve com Diamantino Azevedo, em Cape Town, África do Sul. O governante americano disse ainda que os Estados Unidos da América vão apoiar  Angola a trazer  investimento para a prospecção e exploração de outros minerais críticos.

No encontro, foram também abordados assuntos ligados à estratégia do Governo americano para o apoio aos países africanos, dentre os quais Angola, no que diz respeito aos minerais críticos para transição energética. Os dois governantes passaram em revista assuntos ligados à parceria em termos de segurança dos minerais para transição energética, da prestação de assistência técnica, capacitação dos quadros angolanos e fornecimento de informação geológica (através dos Serviços Geológico dos EUA), cuja carta de acordo será assinada em breve.

O projecto de terras raras está localizado em Longonjo, província do Huambo, e é desenvolvido pela empresa australiana Pensana Rare Earths.

Fonte: JA