Sociedade
05 Maio de 2021 | 10h48

Tribunal Supremo anula a ala de D. Afonso Nunes

O plenário do Tribunal Supremo anulou o reconhecimento da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (INSJCM)- Os Tocoístas, liderada pelo bispo D. Afonso Nunes, a pedido da ala dos “12 Mais Velhos”.

A decisão consta do acórdão do Tribunal Pleno e de Recurso, datado de 11 de Setembro de 2020, mas dado a conhecer apenas na segunda-feira. Segundo o documento da Secretaria Judicial do Tribunal Pleno e de Recurso do Tribunal Supremo, de 5 de Abril deste ano, que transcreve o acórdão, a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo-12 Mais Velhos foi reconhecida pelo Estado através do Decreto-Executivo nº 14/92, de 10 de Abril. 
Existem igualmente duas alas com a mesma denominação reconhecidas pelo Estado: A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo - Anciãos Conselheiros da Direcção Central e Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo-18 Classes e 16 Tribos.Em 2015, o ministro da Justiça acolheu a pretensão de uma das alas e, por Despacho nº 396/15, revogou o reconhecimento das demais, reconhecendo a ala dirigida pelo bispo Afonso Nunes.Inconformada, a ala dos 12 Mais Velhos recorreu ao Tribunal Supremo, em 2016, que anulou o despacho do ministro da Justiça. Não satisfeita, a ala de D. Afonso Nunes recorreu ao plenário do Tribunal Supremo (que reúne todos os juízes) e este manteve a decisão da primeira instância (Câmara do Cível, Administrativo, Fiscal e Aduaneiro). 
A ala dos 12 Mais Velhos argumentou que nunca reconheceu as novas denominações tocoístas que foram surgindo, nunca rubricou com elas quaisquer acordos de unificação, nem manteve qualquer reunião, encontro ou dirigiu documentos ao Ministério da Justiça com o objectivo de se auto-extinguir e unir-se às demais. 
O porta-voz da ala dos 12 Mais Velhos, Maturnino Pedro Nzila, acusou, na segunda-feira, em conferência de imprensa, em Luanda, D. Afonso Nunes de estar, desde 2000, a fazer uma batalha incessante para conseguir a legitimidade da sua ala e destruir a dos 12 Mais Velhos. Neste momento, esclareceu, "ele tem três alternativas: juntar-se aos 12 Mais Velhos para continuar a ser tocoísta, porque estamos abertos; mudar a denominação da sua igreja, o que significa que deixa de ser tocoísta, ou trabalhar na ilegalidade, podendo ter problemas com o tribunal”. "D. Afonso Nunes é um comerciante. É normal que as pessoas inocentes, que não sabem o que é um milagre, o sigam, considerando que ele seja o Simão Toco que voltou”, lamentou. 
D. Afonso Nunes não reagiu
Até ao fecho desta edição tentamos, sem sucesso, contactar D. Afonso Nunes, cujos representantes da ala por ele dirigida prometem fazer chegar às redacções um comunicado de imprensa.

Fonte: JA