COVID-19
11 Fevereiro de 2021 | 21h16

“Hotel quarentena” em Inglaterra custa 2.000 euros para chegadas de 33 países

Cada pessoa que chegar à Inglaterra, vinda de um país da lista de 33, entre os quais Angola, vai pagar dois mil euros pelo quarto de hotel, onde terá obrigatoriamente de cumprir uma quarentena mínima de 10 dias, anunciou terça-feira o ministro da Saúde britânico.

O pacote, no valor de 1.750 libras, inclui um quarto de hotel individual, transporte directo do aeroporto ou porto marítimo e dois testes, no segundo e no oitavo dias da quarentena, a qual poderá ser prolongada se um dos resultados for positivo. 
A violação das regras poderá incorrer numa multa de entre 1.000 e 10.000 libras (1.140 e 11.400 euros) e as pessoas que omitam nos formulários de passageiros terem estado num dos cerca de 33 países de risco nos 10 dias anteriores estão sujeitos a pena de prisão até 10 anos. 

"Não peço desculpa pela robustez destas medidas, porque estamos a lidar com uma das maiores ameaças à saúde pública que enfrentámos como país”, disse Matt Hancock no parlamento.Os chamados "hotéis de quarentena” vão entrar em funcionamento na segunda-feira e afectar passageiros que cheguem de 33 países dos quais os voos directos foram suspensos e visitas interditas, sendo apenas permitida a entrada de nacionais britânicos e estrangeiros residentes. 

A lista inclui Angola, Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e dezenas de países africanos e sul-americanos, devido ao risco de transmissão das variantes B1128, detectada no Brasil, e B1351, detectada na África do Sul, contra as quais os cientistas receiam que as vacinas anti-covid sejam menos eficazes.
Até agora, os passageiros internacionais cumprem a quarentena na própria residência, para a qual podem viajar usando transportes públicos, mas o Governo está sob pressão para endurecer as restrições nas fronteiras e evitar a chegada de mais casos com as variantes. 

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, considera a variante descoberta na África do Sul "a maior ameaça" que o Reino Unido enfrenta e disse, na segunda-feira, que é importante "proteger as fronteiras”, devido às preocupações de que a vacina Oxford/AstraZeneca possa ser menos eficaz contra aquela variante.
Os restantes passageiros que cheguem a Inglaterra de países de menor risco também vão ter regras mais apertadas a partir da próxima semana, nomeadamente, testes adicionais no segundo e oitavo dia da quarentena obrigatória, a qual será prolongada se forem positivos. 

Todos os que cheguem do estrangeiro à Inglaterra têm também de apresentar um teste com resultado negativo, realizado 72 horas antes do embarque.  Hancock disse estar em contacto com os governos autónomos das outras regiões - Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte -, bem como com a Irlanda, país com o qual tem uma área de circulação livre, para se coordenarem e adoptarem medidas semelhantes. 
O Reino Unido é um dos países mais afectados pela pandemia covid-19, tendo registado mais de 112 mil mortes, o maior número na Europa e o quinto mundial, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.