Na habitual videoconferência de imprensa transmitida da sede da OMS, em Genebra, o director-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que quer "ver a vacinação a começar em todos os países nos próximos 100 dias para que os profissionais de saúde e as pessoas em risco estejam protegidos em primeiro lugar".
A este propósito, lembrou que a rede mundial Covax, co-gerida pela OMS, pretende "garantir a quem precisa" as vacinas contra a Covid-19.
De acordo com a OMS, 46 países, a maioria (38) desenvolvidos, iniciaram as campanhas de vacinação contra a Covid-19. A meta estabelecida pela OMS para 2021 é vacinar 20% da população mundial, incluindo os habitantes dos países mais pobres.
O director-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan, assinalou que a vacina, sendo "um grande avanço, não é a solução para todos os problemas".
"Temos de ser realistas", afirmou, sublinhado que é preciso "continuar com as medidas básicas", como o distanciamento físico, que, assinalou, diminuiu.
Segundo Michael Ryan, "as pessoas estão a aumentar os contactos", o que tem levado à "aceleração rápida" de novas infecções em todas as regiões do mundo.
"O vírus está a explorar a nossa fadiga", vincou, alertando, numa referência às novas variantes, mais contagiosas, que o coronavírus da Covid-19 "está mais adaptado", pelo que é necessário "lutar de forma mais eficaz".
"Não estamos a conseguir romper as cadeias de transmissão comunitária", referiu, por sua vez, o diretor-geral da OMS, alertando para a "imensa pressão" sobre os hospitais e serviços de saúde.
Organização contra certificados para entrada de viajantes
O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) se opõe, "por enquanto", à introdução de certificados de vacinação contra a Covid-19 como condição para permitir a entrada de viajantes num país.
"Ainda existem muitas dúvidas fundamentais em termos da eficácia das vacinas para reduzir a transmissão do vírus e as vacinas estão disponíveis apenas em quantidades limitadas", adiantou o Comité de Emergência da OMS nas suas recomendações, acrescentando que a prova de vacinação não deve isentar outras medidas de prevenção sanitária.
O Comité de Emergência da OMS reúne-se periodicamente para analisar a situação da Covid-19, mas esta reunião - a sexta desde que a pandemia foi declarada - foi antecipada duas semanas devido ao surgimento de várias variantes do coronavírus especialmente contagiosas e que estão em circulação em dezenas de países.