Política
02 Fevereiro de 2023 | 16h56

Historiador defende inclusão no currículo escolar da disciplina de educação patriótica

O historiador Arão Zaqueu Rodrigues defendeu, esta quinta-feira, em Menongue, capital do Cuando Cubango, a inclusão no currículo escolar da disciplina de Educação Patriótica.

Ouvido pela ANGOP a propósito dos 62 anos do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, a assinalar-se neste sábado, 4 de Fevereiro, Arão Zaqueu Rodrigues realçou que, com a referida disciplina, permitirá, de forma pormenorizada, os alunos terem oportunidade de abordar a grandeza, impacto e os feitos dos heróis na história de Angola e não só.

Para o académico, nos programas de história tinha de constar temáticas ou uma unidade curricular que abordasse, de forma específica e com a profundidade que se exige, o impacto do 4 de Janeiro, 4 de Fevereiro e 15 de Março e outras datas que concorreram para o alcance da independência e a paz.

O docente de história é de opinião que se deve melhorar e rever o sistema de ensino e educação, sendo que o actual não confere programas que concorram para que os alunos tenham o domínio da história do país na sua profundidade e plenitude.

" As gerações tinham de saber como se fez para se alcançar a independência e a autonomia política de Angola, de modo que se possa despertar a consciência política na defesa dos interesses nacionais, de maneira que não voltemos mais a aceitar nenhuma tentativa de dominação colonial ou de invasão externa”, sublinhou.

De acordo com Arão Zaqueu Rodrigues, é preciso comparar e conhecer os factos do passado para que se entenda o presente e se possa perspectivar o futuro, acrescentando que a história ensina a necessidade de se apegar aos factos positivos do passado para ter um futuro melhor.

Disse que existem guerras justificáveis como as contra a dominação colonial e a invasão externa, pois foram determinantes porque acabaram por influenciar o alcance da independência de Angola.

Por outro lado, considera que a valorização da divulgação da importância das datas históricas não deve se limitar apenas nas efemérides, sugerindo a realização de acções práticas para valorizar todos aqueles que lutaram e se sacrificaram em prol da defesa da pátria.

Neste particular, advoga que o Estado tem de continuar a criar políticas de integração para o reconhecimento e valorização merecida dos heróis da pátria, conferindo-lhes direito à saúde, educação, habitação e remuneração condigna.

Foi na madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 que um grupo de mulheres e homens, munidos de paus, catanas e outras armas brancas, atacou a Casa de Reclusão e a Cadeia de São Paulo, em Luanda, para libertar presos políticos, ameaçados de morte.

O 4 de Fevereiro de 1961 é considerado marco importante da luta africana contra o colonialismo, numa tradição de resistência contra a ocupação que vinha desde os povos de Kassanje, do Ndongo e do Planalto Central.

Os acontecimentos de Fevereiro de 1961 traduziram-se, assim, numa sublime expressão de nacionalismo, demonstrada pelos angolanos.

Monumento aos Heróis do 4 De Fevereiro © Fotografia por: Francisco Miúdo (Angop)

Fonte: Angop