Política
10 Setembro de 2023 | 12h41

EUA e UE anunciam apoio à expansão do Corredor do Lobito

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, e a presidente da Comissão da União Europeia (UE), Ursula Von der Leyen, anunciaram, sábado, um compromisso conjunto que visa apoiar Angola, a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia a acelerarem a expansão do Corredor do Lobito, através da Parceria para Infra-estrutruras Globais e Investimento (PGI, na sigla em ingês).

A informação foi avançada, ontem, em comunicado, pela Embaixada dos EUA em Angola e São Tomé, para quem o reforço da interligação do Corredor do Lobito aos países vizinhos de Angola vai criar novas oportunidades económicas para o país e a região.

De acordo com a declaração conjunta, os EUA e a UE saudaram, ontem, à margem do evento da PGI, durante a Cimeira do G20, que decorre em Nova Deli, Índia, o recente compromisso de Angola, Zâmbia e RDC em desenvolver o Corredor do Lobito, que liga os dois últimos países aos mercados comerciais regionais e globais, através do Porto do Lobito, em Angola.

"Para acelerar este trabalho em parceria com os três países africanos, a União Europeia e os Estados Unidos estão a unir-se para apoiar o desenvolvimento do Corredor, nomeadamente através do lançamento de estudos de viabilidade para uma nova expansão da linha ferroviária greenfield entre a Zâmbia e Angola”, lê-se na declaração.

Para os EUA e a UE, isto representa uma "evolução poderosa” do elemento PGII, com uma abordagem colaborativa que poderia ser replicada noutros corredores estratégicos em todo o mundo.

O documento esclarece que a parceria EUA-UE irá modernizar infra-estruturas críticas em toda a África Subsaariana para desbloquear o enorme potencial desta região. "Estamos entusiasmados por unir forças para gerar benefícios económicos com os nossos parceiros em Angola, na República Democrática do Congo e na Zâmbia”, destaca a declaração conjunta.

A parceria, refere, combinará recursos financeiros e conhecimentos técnicos para acelerar o desenvolvimento do Corredor do Lobito, incluindo investimentos no acesso digital e nas cadeias de valor agrícolas que aumentarão a competitividade regional. Para o EUA e a UE, o anúncio conjunto "mostra a PGI e a Global Gateway em acção”, reunindo parceiros para financiar projectos multibilionários que ajudarão a criar empregos locais, diminuir a pegada de carbono e melhorar as economias locais.

  Construção da linha férrea Zâmbia-Lobito

Como próximo passo imediato, os Estados Unidos e a União Europeia prometem apoiar os Governos no lançamento de estudos de pré-viabilidade para a construção da nova linha ferroviária Zâmbia-Lobito, desde o Leste de Angola até ao Norte do país vizinho.

A declaração conjunta esclarece que esta ajuda se baseia no apoio inicial liderado pelos EUA para remodelar o troço ferroviário do Porto do Lobito até à RDC.

Os EUA e a UE acreditam que, quando a infra-estrutura de transportes que liga os três países estiver totalmente operacional, o Corredor do Lobito aumentará as possibilidades de exportação para a Zâmbia, Angola e RDC, impulsionando a circulação regional de mercadorias e promovendo a mobilidade dos cidadãos.

Ao reduzir significativamente o tempo médio de transporte, a nova ferrovia reduzirá os custos logísticos e a pegada de carbono da exportação de metais, bens agrícolas e outros produtos, bem como para o desenvolvimento futuro de quaisquer descobertas minerais”, lê-se na declaração.

Os EUA e a UE planeiam explorar a cooperação em três áreas específicas, nomeadamente investimentos em infra-estruturas de transporte; medidas para facilitar o comércio, o desenvolvimento económico e o trânsito; e apoio a sectores relacionados para fomentar o crescimento económico inclusivo e sustentável e o investimento de capital em Angola, Zâmbia e RDC, no longo prazo.

Especificamente, de acordo com o documento, isto inclui o desenvolvimento de projectos de energia limpa para aumentar o fornecimento de energia às comunidades vizinhas, apoiar o investimento diversificado em minerais críticos e cadeias de abastecimento de energia limpa, alargar o acesso digital, aumentar as cadeias de valor agrícola para melhorar a produção local de alimentos para a população em expansão da região e abordar a insegurança alimentar global, bem como o aumento da formação da mão-de-obra local, o apoio às pequenas e médias empresas e a diversificação económica.

Fonte: JA