Bernadette Jagger, que se encontra no país para participar, hoje, na 1ª Conferência Regional sobre as Alterações Climáticas, promovida pela Organização Pan-Africana da Mulher, destacou o empenho das mulheres da região da África Austral na resolução dos problemas derivados das mudanças climáticas, acreditando que muito mais pode ser feito, através da troca de experiências entre os países.
"No quadro da conferência de hoje, enquanto mulheres, vamos discutir questões relacionadas com o clima, colher experiências de outros países, de modo a resolver os fenómenos de forma conjunta e com maior precisão”, frisou.
Enquanto vice-ministra, Bernadette Jagger garantiu que as mulheres, em particular as do seu país, estão, cada vez mais, empenhadas para a igualdade de género, demonstrando que se participaram activamente na Luta de Libertação dos seus países, são capazes de contribuir para a resolução dos efeitos das mudanças do clima, através de habilidades e com as novas tecnologias.
"A nível do partido político SWAPO, nós temos 50 por cento de mulheres, no sentido de que elas têm direitos iguais e que devem participar em todos os processos de tomadas de decisões”, apontou, frisando que a nível do Governo namibiano, a figura feminina ocupa, cada vez mais, cargos de destaque, como ministeriais, de direcções, o que demonstra a promoção do género e mostra ainda ao mundo que a mulher é capaz de muito mais.
A representante namibiana acredita que Netumbo Nandi-Ndaitwah, como candidata pela SWAPO, possa vir a ser a próxima Presidente do seu país, por ser uma mulher com grande capacidade de liderança.
Moçambique e os desafios das calamidades naturais
Moçambique enfrenta, todos os anos, problemas com inundações, vendavais e outras calamidades naturais que afectam, principalmente e directamente, as mulheres e crianças, disse a secretária-geral da Organização da Mulher em Moçambique e representante da OPM, Mariazinha Muquisse, que acredita que com a troca de experiências na conferência e sua implementação nos respectivos países, os fenómenos possam ser mitigados a nível da região, do continente e do mundo.
Mariazinha Muquisse, que integrou a delegação recebida pela Vice-Presidente da República, frisou que, apesar dos esforços do Governo do seu país, com a criação de um Comité de Gestão dos Desastres Naturais e uma comissão para diminuir os efeitos das calamidades naturais, ainda há muito por se fazer e Moçambique continua a sofrer com os fenómenos.
"A preocupação, enquanto representante de Moçambique, tem a ver com as inundações, cheias e vendavais, que o nosso país sofre nos últimos anos, apesar dos esforços do Governo. Por isso, o objectivo principal com esta conferência tem a ver com a troca de experiências para mitigar a situação, embora cada Estado enfrente diferentes fenómenos naturais, como a seca e ciclones”, frisou.
Mariazinha Muquisse avançou que apesar do seu Presidente ter sido premiado "Campeão da Gestão de Desastres Naturais”, não significa que o país conseguiu combater a situação das calamidades naturais, tendo realçado, por isso, a importância da troca de experiências.
Por outro lado, apontou a mulher como sendo a primeira vítima dos desastres naturais e, por isso, saúda a conferência promovida pela Organização Pan-Africana da Mulher com vista à troca de experiências para serem implementadas.
Em relação ao terrorismo na província de Cabo Delgado, que afecta mulheres e crianças, Mariazinha Muquisse disse ser uma situação anormal e que, enquanto mulher, o apelo é de vigilância.
A violência no seio familiar, no qual o progenitor abusa sexualmente das filhas é outra realidade que acontece em Moçambique, apesar do trabalho que é feito pelo Governo para mitigar o fenómeno contra as mulheres e crianças.
Segundo Mariazinha Muquisse, Moçambique tem 22 ministérios, dos quais 11 são representados por mulheres, mas o desafio é ter uma representação de 50 por cento no topo dos órgãos de tomada de decisões. Em Moçambique, a Assembleia da República é liderada por uma mulher, assim como o Conselho Constitucional, a Procuradoria-Geral e o Tribunal Administrativo, o que é considerado um avanço.
Fonte: JA