Trata-se de um projecto promovido e financiado pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), orçado em mais de 7,5 milhões de dólares, bem como mais de 10 milhões de dólares provenientes de parceiros do sector privado.
Consta dos parceiros empresas como a Gesto, BioCarbon Partners, CQuest Capital, Sun África e Kixi Crédito, sendo que o mesmo projecto irá colaborar com instituições governamentais regionais e utilizará a melhor ciência internacional disponível para promover meios de subsistência baseados na conversão.
A directora da área de programas da USAID Angola, Ruth Madison, referiu que o Cuando Cubango possui, aproximadamente, 95 por cento da água que sustenta o único bio-diverso do Delta do Okavango e mais de um milhão de pessoas que vivem à jusante da Namíbia e do Botswana.
Esta região, de acordo com a responsável, possui também uma vasta reserva de zonas de turfeiras que são críticas para o combate às alterações climáticas no sequestro do carbono do solo, sendo que o valor de 7,5 milhões de dólares dos EUA visa promover o desenvolvimento económico e sustentável do Cuando Cubango.
Referiu que, com o projecto em destaque, se fará parceria com o governo provincial, administrações municipais, comunais e instituições regionais, incluindo a OKACOM, para acelerar o investimento sustentável das empresas, bem como o sector das pescas, agricultura, ecoturismo, gestão comunitária dos recursos hídricos e acesso à água e saneamento.
Disse que o projecto ECCO será implementado pela The Nature Conservany, que lidera o consórcio de parceiros locais, constituído por Development Workshop (DW), Ajuda ao Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) e a Associação Ambiental e Desenvolvimento Rural Integral (ACADIR), que possuem bastante experiência para garantir o sucesso do projecto.
Assegurou que estes desafios serão executados em estreita colaboração com o governo angolano, para apoiar os objectivos do novo Plano de Desenvolvimento Nacional, através da criação e apoio de cooperativas que funcionem bem, para a pesca, agricultura e silvicultura, tendo como foco o empoderamento das mulheres, jovens e outras pessoas carenciadas.
Já o governador do Cuando Cubango, José Martins, destacou os projectos sustentáveis abraçados pelo projecto KAZA- Okavango Zambeze, do qual a província é parte integrante da região internacional da sua implementação, ressaltando que a questão de conservação do ecossistema é uma das mais ricas "armas” de garantir a saudável existência das espécies.
Referiu que, em relação às iniciativas locais voltadas à conservação do ecossistema, o governo tem desenvolvido acções viradas ao combate da degradação do meio ambiente, contando com parceiros locais e com a população, organizações não governamentais, entre elas a USAID-Angola, TNC, ACADIR, ADPP, Mbakita, entre tantas outras que cuidam de questões ambientais.
Defendeu a necessidade de haver maior participação neste processo de conservação do ecossistema, visando garantir o uso racional dos recursos disponíveis na natureza, de tal formas que, por agora, os que utilizam tenham esta consciência, com vista a permitir que as gerações vindouras venham a usufruir.
José Martins lembrou que foi com base nesta visão que o governo local tem investido na componente da consciencialização e educação ambiental, com trabalhos nas comunidades, que visam o desincentivar a exploração ilegal de recursos florestais e as queimadas anárquicas, para a recuperação de zonas degradadas, por meio de repovoamento florestal.
De referir que um dos objectivos do projecto é de aumentar significativamente a capacidade das pessoas que vivem nessas regiões, para que possam enfrentar as alterações climáticas de forma sustentável, promovendo as contribuições de Angola para o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. ALK/JSV/PLB
Fonte: Angop