Economia
02 Fevereiro de 2023 | 16h51

Executivo trava saída de madeira bruta para atrair investidores

O Executivo angolano quer privilegiar a criação de indústrias locais de exploração e tratamento de madeira bruta, tendo no quadro dessa estratégia suspendido a saída de toros, blocos e semi-blocos, por um período de três anos.

No referido período (três anos), os operadores do ramo terão apenas o aval para exportar madeira transformada em portas, janelas e outros produtos acabados, de acordo com o ministro da Agricultura, António Assis.

A decisão foi aprovada, esta quinta-feira, na 1ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço.

A medida tem por objectivo proteger o ambiente, garantir  a reflorestação, estimular o crescimento e a expansão, no país, de uma indústria de base florestal  forte, moderna e dinâmica.

Ao falar à imprensa, no final do Conselho de Ministros, António Assis  defendeu que Angola, à semelhança do que acontece em outras regiões do mundo, faça uma  exploração racional das florestas, para que dessas forma se crie, a nível do país,  uma indústria transformadora, forte, dinâmica, competitiva e geradora de postos de trabalho para  jovens e de rendimentos para as famílias.

"Temos verificado que, nos últimos tempos, há uma exploração desenfreada das nossas florestas (...)”, disse o governante.

Com a aprovação do diploma, e outras acções em curso, o Executivo começa a tornar o país num local em que a exploração de madeira e o reflorestamento é feito de modo sustentável.

"O que pretendemos, neste período de três anos de suspensão, é fazer circular a madeira dentro de Angola e a parte manufacturável, isso sim,  pode ser exportado, mas a exploração da madeira bruta está suspensa”, reforçou, lembrando que a madeira bruta de Angola vai para o exterior onde existem as fábricas e depois retornam ao país já transformada.

António Assis apelou no sentido dos operadores passarem a cortar as árvores, mas processá-las internamente, para fazer mobiliário diverso, para depois ser enviado no exterior o produto acabado.

Segundo o governante, o que se passa hoje no país, no domínio das florestas, "não é viável. Não é sustentável”, tendo apelando à responsabilidade de todos no sentido de deixarem um legado às futuras gerações.

Sessenta dias para os operadores

No quadro das novas medidas, o ministro da Agricultura e Floresta tranquilizou os operadores, referindo que o diploma salvaguarda os processos que estão em curso.

Após a publicação do diploma em Diário da República, os operadores terão 60 dias para a resolver os processos em curso, com as entidades ligadas às exportações.

Adiantou que no final dos três anos, o Executivo vai analisar se houve melhoria ou não e ver a forma como pode melhorar neste sentido.

Ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis © Fotografia por: Pedro Parente (Angop)

Fonte: Angop