Sociedade
21 Janeiro de 2023 | 16h44

Josefa Sacko defende mais acesso a alimentos nutritivos em África

A Comissária da União Africana (UA), Josefa Sacko, afirmou, sexta-feira, em Berlim, que a agenda de transformação dos sistemas alimentares de África defeniu a rápida expansão da produção agrícola e da produtividade, para assegurar o acesso de alimentos nutritivos para o continente.

A diplomata africana, que interveio no forúm mundial para a alimentação e a agricultura, considerou importante impulsionar o financiamento para o investimento, tendo em conta o reforço e o aproveitamento do crescente mercado alimentar africano. 

Fez saber que as áreas prioritárias, entre outras, exigem que se visem as pequenas e médias empresas (PME) e o sector informal nas cadeias de valor agro-alimentar, especialmente as operadas por mulheres. 

"É nossa responsabilidade colectiva delinear e definir políticas específicas para garantir o acesso das PME às tecnologias e inovação, melhores sementes, mecanização, irrigação, digitalização e acesso à informação sobre factores de produção, preços, mercados, clima e utilização da terra”, defendeu a comissária. 

Josefa Sacko defendeu a necessidade de o financiamento estrangeiro avançar progressivamente para investimentos directos sob a forma de capital, transferência de tecnologia e quota de mercado. "Precisamos de mais financiamento de investimento público-privado em infra-estruturas específicas de sistemas agrícolas e alimentares, incluindo estradas rurais, tecnologias móveis, geração e distribuição de água e energia”. 

Ainda no tocante a acções, referiu, prevê-se a promoção e expansão de iniciativas emergentes para o aumento do consumo de alimentos ricos em micronutrientes, como a biofortificação de alimentos básicos e fortificação industrial, e a alimentação escolar doméstica ou caseira. 

A promoção e aplicação de normas de segurança alimentar nos mercados formais e informais, reforçar as capacidades nacionais e regionais de investigação e desenvolvimento da produção, processamento, comercialização e consumo sustentáveis de culturas alimentares tradicionais e autóctones, que se têm revelado resistentes ao clima ao longo dos anos, constam entre os principais focos de intervenção que têm merecido atenção por parte da UA. 

Por outro lado, reconheceu, durante o fórum sob o lema "Criar o futuro dos sistemas alimentares em conjunto”, que os choques interligados da Covid-19, o agravamento dos efeitos das alterações climáticas e dos conflitos, incluindo o da Rússia-Ucrânia em curso, estão a agravar uma situação que periga as metas do desenvolvimento sustentável até 2030. 

Acrescentou que, não obstante a crise vivida, a Comissão da União Africana e a República Federal da Alemanha chegaram a um acordo para expandir e intensificar a cooperação em sistemas alimentares sustentáveis, que se vai cingir nos desafios globais, das alterações climáticas, agricultura, nutrição, transformação dos sistemas alimentares, normas de processamento agro-alimentar, bem como incluir parcerias reforçadas entre actores alemães e africanos nos sistemas alimentares.