Política
13 Janeiro de 2023 | 11h34

China e Angola celebram 40º aniversário das relações diplomáticas

Angola e China alcançaram, em 40 anos de relações diplomáticas, resultados importantes no intercâmbio e cooperação em vários domínios, considerou, esta quinta-feira, em Luanda, o embaixador chinês no país, Gong Tao.

Em nota, por ocasião do 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, ocorrido no dia 12 de Janeiro de 1983, o diplamata chinês afirma que o acontecimento abriu um novo capítulo na história da amizade tradicional entre os dois países.

"Nestes 40 anos, independentemente das mudanças das situações internacionais e internas, a China e Angola sempre estiveram unidas na assistência mútua, e alcançaram resultados importantes no intercâmbio e cooperação em vários domínios, configurando vários exemplos em termos de cooperação”, afirma.

Refere que, nos últimos 40 anos, "estabelecemos” um exemplo para a cooperação Sul-Sul, e que a profunda amizade entre a China e Angola estava em consonância com a luta dos dois povos pela independência e libertação nacional, fazendo-nos bons parceiros e irmãos.

O embaixador acrescenta que sempre "nos apoiamos mutuamente na escolha de próprias vias de desenvolvimento, que correspondem às nossas condições nacionais. Compreendemos e apoiamo-nos reciprocamente nas questões que envolvem os interesses fundamentais e as principais preocupações uns dos outros, salvaguardamos conjuntamente o sistema internacional com a ONU no seu núcleo e apoiamos o multilateralismo genuíno”.

Salienta que "mantivemos” uma estreita coordenação e cooperação nos assuntos internacionais e regionais e "salvaguardamos” a equidade e justiça internacionais e os interesses comuns dos países em desenvolvimento, dando contributos não só para a solidariedade e cooperação entre países em desenvolvimento, mas também a prosperidade e estabilidade do mundo.

Na sua cooperação com Angola, diz Gong Tao, a China sempre insistiu no respeito mútuo e na igualdade, nunca adicionou nenhuma condição política à sua cooperação e nunca interferiu nos assuntos internos de Angola.

Realça que sob o impulso da cooperação China-Angola, cada vez mais países estão a prestar mais atenção a Angola e têm reforçado a sua cooperação com o país. Como bom amigo de Angola, a China está sinceramente satisfeita com isto.

Nos últimos 40 anos, afirma, estabelecemos um exemplo para a cooperação de benefício mútuo China-África. A cooperação pragmática China-Angola foi desenvolvida e consolidada constantemente, formando uma excelente convergência de interesses.

"Criamos um novo modelo de cooperação de financiamento. Construímos uma importante plataforma de cooperação: o Fórum de Cooperação China-África. Aprofundamos a cooperação no quadro da Iniciativa "Cinturão e Rota”, lê-se na nota, enviada à ANGOP.

Segundo o texto, até hoje, as empresas chinesas construíram em Angola por volta de 3.000 Km de caminho-de-ferro, 20.000 Km de estrada, 100.000 fogos de habitação social, 100 escolas, 50 hospitais, e muito mais.

Destaca que as obras concluídas e ainda em execução incluem a Barragem de Caculo Cabaça, o Novo Aeroporto Internacional de Luanda, as novas cidades do Kilamba e do Dundo, o Caminho-de-Ferro de Benguela, a Central Térmica do Soyo, etc, e que um grande número de empresas chinesas fez investimento em Angola, dando um importante contributo para a diversificação e industrialização da economia.

As forças armadas dos dois países têm mantido intercâmbio, e cooperaram nos domínios do equipamento e da tecnologia militar. Os dois países realizaram também cooperação policial, tendo as duas partes aprofundado, cada vez mais, intercâmbio pessoal e formação profissional, de acordo com o embaixador chinês.

Até à data, sublinha, a China tem sido o maior parceiro comercial de Angola, o maior mercado de exportação e uma importante fonte de investimento durante muitos anos, enquanto Angola é o segundo maior parceiro comercial e o maior exportador de petróleo para a China em África. A cooperação China-Angola está na vanguarda da cooperação China-África.

"Nos últimos 40 anos, estabelecemos um exemplo de amizade entre os povos chinês e africano. A China tem apoiado activamente o desenvolvimento de Angola e fornecido assistência através de vários projectos de doação, tais como o CINFOTEC Huambo, o Hospital Geral de Luanda, o Centro de Demonstração de Tecnologias Agrícolas no Mazozo e a Academia Diplomática Venâncio de Moura”, indica a nota.

Refere que de acordo com as necessidades da parte angolana, a China organizou formações para mais de 3.000 funcionários angolanos nos campos do comércio, da agricultura, saúde, comunicação social e polícia; enviou cinco equipas médicas, compostas por 70 médicos, que receberam quase 400 mil pacientes angolanos; forneceu centenas de bolsas de estudo para os estudantes angolanos, e ajudou a formar talentos angolanos em várias indústrias.

Perante a pandemia da COVID-19, realça o texto, os dois países têm persistido na solidariedade e apoios mútuos, e têm levado a cabo uma série de cooperação frutífera nas áreas de vacinas, testes e aquisição de materiais de prevenção da pandemia, promovendo a cooperação sanitária como um novo ponto alto da cooperação bilateral.

As empresas chinesas em Angola estão a cumprir activamente as suas responsabilidades sociais, e várias câmaras de comércio e da comunidade chinesa estavam entusiasmados com a caridade e continuam a retribuir à sociedade angolana através de doações de caridade, bolsas de estudo e projectos de alívio da pobreza, segundo a nota.

Afirma que o Instituto Confúcio da Universidade de Agostinho Neto e outras instituições de ensino de língua chinesa deram asas à cooperação sino-angolana, cada vez mais filmes e produtos culturais chineses e grupos de espectáculo entraram em Angola, e as obras literárias dos escritores angolanos foram traduzidos na China, ajudando os povos de ambos os países a compreender melhor a história e cultura um do outro.

"O grande filósofo chinês Confúcio disse: "aos quarenta anos não tem dúvidas”. Isso significa que uma pessoa, quando chega aos quarenta anos, já tem a sua compreensão da vida, e não pode ser confundida e abalada por influências externas”, diz o diplomata.

Para Gong Tao, após 40 anos, as relações sino-angolanas já se tornaram uma escolha estratégica de ambos os países, mais maduras e mais resolutas.

"Acreditamos que, sob a liderança dos dois chefes de Estado e com os esforços conjuntos dos dois governos e povos, as relações bilaterais entre a China e Angola continuarão a crescer de forma constante e com vigor, inaugurando um futuro ainda melhor”, conclui o embaixador chinês no país.