Sem histórico de confrontos entre ambos, tricolores e touros medem forças num jogo em que os prognósticos apontam para uma vitória do conjunto angolano, embora os prosélitos da modalidade não afastem a probabilidade de a formação moçambicana criar alguma surpresa.

As duas equipas chegam a este duelo de estreia da competição africana em condições distintas: se, por um lado, há quem atribua total favoritismo ao Petro de Luanda, pelo estatuto granjeado na prova, fruto da excelente prestação patenteada na edição passada, por outro, existe a tese de que o melhor ritmo competitivo ostentado pelos Black Bulls, mercê do volume de jogos (dez) oficiais que carrega nas pernas, é um forte indicativo de melhor preparação.

Seja como for, os tricolores não pensam em outro objectivo, que não seja a conquista do triunfo, que lhe pode abrir boas e importantes perspectivas de qualificação à próxima etapa da eliminatória.

O triunfo é o melhor resultado que se pode esperar do Petro no desafio desta tarde. porém, o empate com golos, no mínimo, apresenta-se como exigência à equipa de Alexandre Santos.

Mas, como o favoritismo não ganha jogos, espera-se que o Petro de Luanda aborde este confronto com os Black Bulls da melhor forma, precavendo-se do potencial atacante adversário, caso queira continuar a alimentar o sonho de voltar à fase de grupos. O conjunto moçambicano explora muito o jogo aéreo, curiosamente um ponto fortíssimo dos seus atacantes, que tiram melhor partido de jogadas de bolas paradas.

Ao campeão angolano não bastará, por isso, confiar no seu meio-campo criativo, onde a magia do futebol artístico de Megue, Soares e Jaredi fazem toda a diferença. A dupla de centrais, Kinito e Pedro Pinto, precisa de revelar habilidades para  a antecipação e  mostrar ser capaz de anular as iniciativas do ataque adversário.

 

Cautelas

Adivinha-se que o Petro venha entrar para este desafio de forma cautelosa, oferecendo aos donos da casa a iniciativa de ataque. Ainda assim, a equipa angolana não deverá, seguramente, prescindir do habitual volume de jogo, do futebol intenso e das rápidas transições ofensivas.

Salvo alterações de última hora, os tricolores podem alinhar com o seguinte "onze” inicial: Wellington; Eddie Afonso, Pedro Pinto, Kinito e Tó Carneiro; Megue, Soares, Jaredi e Gilberto; Yano e Tiago Azulão.

Alexandre Santos atento ao adversário

O português Alexandre Santos, técnico do Petro de Luanda, assume que o grupo às suas ordens é o favorito a vitória no jogo de hoje à tarde, em Maputo, diante do s Black Bulls. O técnico dos tricolores, apesar de antever um triunfo da equipa, considera ser importante encarar o desafio com cautelas, sobretudo pelo facto de o campeão moçambicano ser também um conjunto muito bem estruturado.

"Não temos problemas em assumir o favoritismo. Teoricamente, somos os favoritos, mas queremos sê-lo na prática. Sabemos que as épocas não são sempre iguais, pois o Petro já é a terceira vez consecutiva que vai à fase de grupos, mas a última conseguiu sem dúvidas realizar uma presença notável na Liga dos Campeões”, disse, tendo acrescentado: "Isso não faz com que tenhamos a obrigação de fazer melhor, porque entendo que a obrigação é trabalhar todos os dias e assumir as responsabilidades, que são  passar esta eliminatória e mostrar que somos mais fortes dentro do campo”, acrescenta.

Alexandre Santos sublinhou, por outro lado, que o favoritismo teórico existe "pelas questões naturais das épocas” que o Petro tem vindo a realizar, sobretudo a última, em que conseguiu ficar entre as quatro melhores equipas de África.

Ainda assim, o treinador considera que não se deve viver sobre os louros do passado, porque hoje a realidade é diferente e o Petro terá de mostrar capacidade para jogar mais e melhor que os Black Bulls, marcar golos e não sofrer nenhum.

"Acho que temos de ser inteligentes, não pensarmos que este favoritismo nos vai ajudar, porque isso não ajuda se acharmos que favoritismo só por si resolve alguma coisa. Temos de ser humildes ao ponto de percebermos que o adversário também tem valor”, reforçou.