Durante o evento, especialistas ligados a biodiversidade estarão na mesa temas de interesses comum, nomeadamente a exploração ilgeal e comércio da fauna e flora selvagem, consequências, estratégia para conter tais actos e investimentos.
A propósito, a comissária africana, Josefa Sacko, que intervia na II reunião de negociadores africanos, afirmou que África é o continente do futuro por albergar uma diversidade biológica excepcional, embora seja, o segundo pulmão do planeta em termos de absorção de carbono.
Josefa Sacko disse que, embora, com os activos ambientais, nomeadamente o bloco florestal da Bacia do Congo, e com uma população mundial mais jovem do planeta, Africa tem a obrigação de gerir melhor os recursos naturais com vista ao desenvolvimento sustentável, de modo a legar às gerações futuras um rico património.
Fez saber que muitos países africanos têm como meios de subsistência este dividendo e que o desenvolvimento socioeconómico das comunidades nas áreas rurais e urbanas são altamente dependentes do uso da fauna e flora selvagens.
Conforme a diplomata, a perda da fauna e flora africanas afecta directa e indiretamente os meios de subsistência das pessoas, além disso, o comércio ilícito dos recursos naturais de África priva os seus estados de receitas, prejudicando o crescimento económico.
"A União Africana continua ciente do uso insustentável da fauna e flora selvagens e do forte crescimento do comércio ilegal nos últimos anos, retardando o desenvolvimento sustentável, paz, segurança, Estado de direito e boa governação”, enfatizou.
A Comissária frisou que para conter este mal a UA adoptou, na vigésima quinta e vigésima sétima sessões ordinárias do Conselho Executivo da União Africana, respectivamente, o desenvolvimento de uma estratégia africana sobre a luta contra a exploração ilegal e o comércio ilegal de fauna e flora selvagem, bem como endossou a Declaração de Brazzaville da Conferência Internacional sobre este fenómeno.
"Para atingir os objectivos essenciais da agenda 2063 e da sustentabilidade do nosso continente, precisamos de estar unidos e falarmos uma só voz ao mundo. Devemos, portanto, fomentar o espírito de consenso para chegar a uma posição comum”, defendeu a responsável do pelouro da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e ambiente sustentável, que cumpre o seu segundo mandato na organização africana.
A diplomata lembrou que os acordos internacionais estão intimamente interligados e têm impacto no bem-estar dos povos e comunidades indígenas do continente, porque "esses povos são testemunhas da preser vação do nosso meio ambiente”.