Desporto
01 Junho de 2022 | 11h45

Angola começa hoje caminhada ao CAN

A Selecção Nacional de Futebol de Honras procura hoje, às 17h00, no Estádio 11 de Novembro, diante da República Centro Africana (RCA), começar com vitória a caminhada rumo ao CAN do próximo ano, na Costa do Marfim. O desafio é referente à primeira jornada do Grupo E das eliminatórias.

As duas selecções têm histórico de jogos equilibrados. Na última vez que se defrontaram, em 2016, angolanos e centro-africanos repartiram o número de vitórias, tendo o conjunto nacional vencido 4-0, em jogo disputado no Lubango, e perdido em Bangui, terreno adversário, por 3-1.

Apesar de terem jogado em apenas duas ocasiões, para as eliminatórias ao CAN, os dois conjuntos conhecem-se perfeitamente e protagonizam níveis de cresci-

mento semelhantes, traduzidos pelas posições que ocupam actualmente no ranking africano, com ligeira vantagem para os Palancas Negras, que se posicionam em 35º lugar, à frente dos antagonistas, na posição 36.

Aguarda-se, por isso, por um jogo bastante disputado, do princípio ao fim, em que os angolanos deverão,  naturalmente,  tomar a iniciativa de jogo. Angola  encara com enorme ambição o objectivo de criar todas as condições para que a presença no próximo CAN seja uma realidade.

Mas, não se adivinha facilitada a pretensão dos Palancas  suplantarem o conjunto da RCA. O conjunto centro-africano já demonstrou ser uma Selecção em constante crescimento, pelo que, não deverá ser uma presa fácil. 

O seleccionador Pedro Gonçalves fez questão de assegurar, ontem, durante a conferência de imprensa, estar confiante nos seus jogadores. Admite vir a enfrentar enormes dificuldades diante da RCA, mas garante ter um conjunto disposto a contrariar as eventuais  adversidades.

Espera-se, no entanto, que o  colectivo angolano se destaque pelo  voluntarismo do seu meio-campo, onde sobressaem as qualidades de Fredy e Hélder Costa, duas unidades bastante criativas, que acrescentam arte e engenho ao futebol da equipa nacional.

No ataque, as referências a Gelson Dala e Ary Papel são inevitáveis. A dupla tem qualidade suficiente para  provocar enorme embaraços a qualquer defesa, sobretudo pelo grande sentido de oportunidade que revelam e clara relação íntima com as balizas adversárias.

No conjunto da RCA, dados apontam que a capacidade ofensiva é, também, uma variável muito forte e do qual Angola deve precaver-se, para evitar ser surpreendida ou sofrer um forte revés em casa.

 Onze provável  

A equipa que entra a jogar diante da RCA não deverá fugir muito daquela utilizada  por Pedro Gonçalves, recentemente, nas eliminatórias ao Mundial do Qatar. Ou seja, Hugo Marques deve ser a aposta na baliza, devendo o guarda-redes ser apoiado pelo quarteto defensivo composto por Buatu e Kialonga Gaspar, no centro, e Eddie Afonso e Tó Carneiro (ou Nurio Fortuna), nas laterais.

No meio-campo, considerado o "cérebro” de execução de toda a estratégia, devem alinhar Show, Fredy, Hélder Costa e Estrela, ao passo que Ary Papel e Gelson Dala devem ser as unidades mais avançadas do combinado nacional.

Seleccionador assume discurso de vitória

Pedro Gonçalves surgiu, ontem, na conferência de imprensa, para  antevisão ao jogo de hoje, diante da RCA, com semblante de confiança. O seleccionador dos Palancas Negras garantiu ter preparado a equipa para os pontos fortes e fracos do adversário.

"Queremos começar a campanha com vitória. Ao contrário das outras selecções africanas, não é tão fácil obter muita informação da RCA, mas nos munimos dos dados disponíveis. Fomos analisar aquilo que são os jogos anteriores e as características deles”, adiantou-se a esclarecer, Pedro Gonçalves.

"Procuramos nas sessões de treinos advertir os jogadores para estas características e valências e, também, para as fragilidades, mas o nosso foco é em nós próprios. Vamos procurar explorar as fragilidades deles e estarmos preparados para aquilo que são as valias e as  características do jogo mais directas,  bloco baixo, saídas rápidas para as situações de contra-ataque e as segundas bolas sobre a nossa defesa”, acrescentou. O seleccionador dos Palancas Negras assegurou, ainda, ter incutido nos jogadores a necessidade de  explorar ao máximo as bolas paradas, ser mais forte no processo ofensivo e  competentes para traduzir as acções em golos.

"Temos uma espinha dorsal que já vem sendo desenvolvida e  não pode deixar de ser assim quando se trata de uma selecção. Estamos sempre a acompanhar o momento de forma de cada jogador, mas não podemos perder o trabalho anterior”.

Fonte: JA