Desporto
25 Maio de 2022 | 09h33

Marcelina Kiala defende estágios com adversárias de topo

A realização de estágios com selecções ou equipas de topo mundial foi defendida pela antiga andebolista, Marcelina Kiala, como melhor critério para o objectivo de conquista de medalhas em Jogos Olímpicos.

A antiga meia distância da Selecção Nacional afirmou que além do estágio ser uma componente competitiva e de preparação física, serve igualmente para corrigir a ansiedade dos atletas e evitar qualquer comportamento que os distraia ao longo da prova.

Dissertando no seminário sobre o Movimento Olímpico e Programas da Solidariedade até 2024, realizado sábado, em Luanda, reiterou a importância da realização de jogos com adversários de nível para que o atleta não se deslumbre a trocar lembranças e a fazer selfies, distraindo-se do seu objectivo.

Marcelina Kiala chamou igualmente atenção para a mudança de discurso por parte das equipas técnicas nacionais, que deixam patente aos atletas que a meta já foi atingida pelo facto de se qualificarem para o evento.

Para ela, tal comportamento reduz o foco do jogador e inibe-o de esforçar-se, originando resultados irreais relativamente ao desempenho na fase qualificativa ou pré-competitiva.

A atleta que encerrou carreira em 2012, ao serviço do Petro de Luanda, alertou para necessidade de o material desportivo ser entregue aos jogadores com largo tempo de antecedência, para habituar-se ao mesmo, ao contrário do que tem acontecido.

Em seu entender, a adaptação do equipamento desportivo tem impacto directo na exibição de cada desportista, citando como mau exemplo a chegada tardia das embarcações da canoagem nos últimos Jogos Olímpicos disputados no Japão.

É de opinião que o Comité Olímpico Angolano prepare a participação no evento com muita antecedência, controlando os resultados dos potenciais candidatos, e não deixar que este importante pressuposto seja cumprido na véspera.

Acrescentou que o atraso contribui, nalgumas vezes, para a selecção errada dos jogadores, reflectindo-se isso nos resultados da delegação ao certame.

Afirmou ser urgente que os árbitros passem por formações contínuas, para minimizar índice de equívocos registados durante as respectivas actuações.

Este facto, segundo a oradora, cria transtorno aos atletas por falta de domínio das regras por parte dos juízes.

Marcelina Kiala é actualmente membro da Associação dos Atletas Olímpicos e do Comité Olímpico Angolano (COA). 

O seminário contou com a presença de dirigentes, agentes desportivos, ex-atletas e convidados.

Foram abordados, entre outros, Programas Continentais do Comíté Olímpico Angolano (COA), Programas Mundiais Referentes ao Desenvolvimento dos Atletas, Programas Mundiais, Potencialização e Administração do Movimento Olímpico e Expectativas dos Atletas Olímpicos e Oportunidades.