No âmbito das celebrações do Dia de África, a assinalar-se a 25 de Maio, o jornalista e produtor de audiovisual, Miguel Manuel, em parceria com o Goeth Institut, realiza uma conferência cultural, com periodicidade anual, que visa abordar a história e antropologia africanas, por meio de amostras de documentários jornalísticos e debates, que acontecerá no Centro Cultural Brasil-Angola.
O evento denominado Imiji Ya Ngola - Raízes de Angola- na língua Tchokwe, visa apresentar os diferentes traços culturais dos povos de Angola, dentro do seu contexto etnográfico (costumes, índole, raça, língua e religião), como marcas da sua africanidade.
Em três dias consecutivos poderá conhecer um pouco mais sobre os seguintes temas:
Dia 25 de Maio - Os Reis do Leste - É um documentário jornalístico que retrata a trajetória dos povos que habitam a província do Moxico, nomeadamente, os Tchokwe, os Lutchaze e Luvale, baseado nos depoimentos de suas autoridades tradicionais. Nessa narrativa, os líderes apresentam as teses sobre as suas origens, costumes, crenças e protagonismos na hegemonia sociocultural, como formas de demarcações das fronteiras territoriais e de ascensão na escala social.
Dia 26 de Maio o documentário intitulado Ngudi a Nkama, a rainha dos Bassuku retrata a sua migração do território do antigo Império do Congo até as terras dos Lunda, na actual província da Lunda Norte, região de Loremo (lolemo na língua original) que foi marcada por guerras e conquistas com as tribos locais.
No documentário ora proposto, as atenções recaem para o ritual de entronização da jovem rainha: a preparação da casa real, os dotes oferecidos pelos membros da corte, as danças ritualísticas e os mistérios que cercam a sua preparação para o trono preenchem a emocionante cerimónia.
Já no dia 27 o Efico: Ritual de iniciação feminino vai encerrar este ciclo de documentários e debates.
O efico é o ritual de iniciação para as jovens raparigas, entre os 14 e 18 anos de idade, que as prepara para a vida adulta, nos seus papéis como esposas, mães e gestoras do lar. O retrato deste documentário vai para as meninas de Humbe, de famílias que dividem a fronteira entre as províncias do Cunene e da Huíla.
É uma festa contínua, que reúne famílias e uma logística organizada entre dezenas de cabeças de bois e bebidas típicas, num ambiente animado por dançarinos que executam o folclore local.
As entradas serão gratuitas.