O encontro via Zoom teve a participação de individualidades da vida académica e social de Angola, Brasil e Portugal.

Natural do Lubango, ainda em tenra idade a escritora veio para Luanda onde fez a sua formação, inclusive viu brotar o amor pela literatura. Maria Celeste Fernandes é autora de uma vasta obra, com realce para a literatura infanto-juvenil.

A conferencista contou que começou a escrever sem a pretensão de ser escritora. Segundo ela foram os seus filhos que a incentivaram a escrever livros para crianças. "Ia-lhes lendo as estórias que adoravam”, acrescentando que "nessa coisa de ler para os meus filhos, decidi, um dia escrever para eles”. Como a recepção foi tão boa, tornou-se vital continuar a escrever,

A também assistente social e licenciada em Direito e funcionária reformada do Banco Nacional de Angola lembrou a importância do escritor António Jacinto na sua afirmação na União dos Escritores Angolanos: "O poeta de António Jacinto foi o impulsionador da minha obra. Foi ele quem encaminhou os meus primeiros dois livros à UEA.”

Um aspecto que mereceu destaque na conferência foi a questão do gênero. Maria Celeste Fernandes foi peremptória em afirmar que, no mundo da literatura em Angola, as obras das mulheres são preteridas pelas dos homens, sem se ter em conta a qualidade da obra. " A mulher escritora ainda é discriminada, na comparação com os escritores do sexo masculino”, finalizou. 

A próxima Conversa à Quinta-Feira na AAL será diferente, pois para assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, será realizada uma mesa redonda com o tema: Os Olhares em redor da língua portuguesa, e contará com a participação das Academias de Letras da CPLP. A sessão decorrerá no dia 05 de Maio, a partir das 14h30.

Os interessados em participar, poderão acessar o ID: 698576385 com a senha AAL2022.