O Presidente da República, João Lourenço, considerou terça-feira (18), em Luanda, o Digital.ao, projecto público concebido para acolher ideias tecnológicas inovadoras e transformá-las em negócios, uma oportunidade para os jovens se tornarem independentes e não ficarem à espera de um empregador.
Falando à imprensa, minutos depois de inaugurar a instituição,
localizada no Distrito Urbano do Rangel, disse que este é o aspecto mais
importante alcançado com o surgimento da incubadora. "Não só lançar os
jovens para o mercado de trabalho, em termos de tecnologias de
informação e comunicação, e não só, mas dar a possibilidade deles
desenvolverem o seu próprio negócio", frisou.
O Presidente disse que o
Digital.ao, que custou ao Estado 1.3 mil milhões de Kwanzas,
representa, também, uma oportunidade de formação para a juventude
angolana, na medida em que vai permitir um acesso mais facilitado ao
mercado de trabalho. "Este investimento serve para os jovens angolanos,
de uma forma geral", realçou.
João Lourenço referiu que vão ser
localizados projectos idênticos em outros pontos do país, para facilitar
a deslocação dos jovens, em distâncias mais curtas, e, com isso,
beneficiarem, por igual, das mesmas oportunidades. "É evidente que não
podemos pôr um por província, mas, talvez, localizá-los por regiões",
realçou o Presidente, para quem, na província do Uíge, já existe um
projecto do género, mas de menor dimensão.
Na ocasião, apelou para um
uso mais responsável das tecnologias de informação e comunicação. "Há
quem as use bem e há quem as use mal. Para os que ainda não utilizam
para o bem, o nosso apelo é que se abstenham das práticas que têm vindo a
realizar, até aqui, e que utilizem esses instrumentos, este
conhecimento que acabam por adquirir ao serviço deles próprios, das suas
famílias e da sociedade", reforçou o Chefe de Estado, que visitou,
demoradamente, os compartimentos da instituição.
Localização do Digital.ao
Localizado
entre o Instituto de Telecomunicações (ITEL) e o Instituto Superior
para as Tecnologias de Informação e Comunicação (ISUTIC), o Digital.ao,
uma iniciativa do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de
Informação e Comunicação Social, é um projecto virado para a
massificação e inclusão digital dos angolanos, sobretudo, para apoiar a
sociedade de informação.
É uma combinação de serviços, sendo o maior
foco, além da componente formativa, a incubação de startups, ou seja,
projectos tecnológicos inovadores para serem transformados, num período
de dois anos, em empresas digitais, e, assim, fomentar o emprego no
país.
Está capacitada para incubar, em simultâneo, cerca de 25
startups. "Significa que todo o angolano que tenha a ideia de
desenvolver algum negócio digital pode encontrar aqui o conforto de um
espaço equipado com computador, Internet e energia, para melhor
desenvolver essa ideia", afirmou André Pedro, director-geral do
Instituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação (INFOSI),
instituição que agrega o Digital.ao.
Neste momento, já estão
incubadas cinco startups, faltando ainda 20, todas viradas para o sector
das TIC. Aqui, é fornecido o acompanhamento desde a parte tecnológica
até ao desenvolvimento do negócio. Os serviços da instituição já estão
disponíveis à população, na Internet, a partir do endereço
www.digital.ao. Assim, ficou mais fácil comprar um domínio .ao, fazer a
hospedagem da página e criar um e-mail corporativo.
Os custos
inerentes aos serviços disponíveis pela instituição são considerados dos
mais baixos da África Austral. "Um domínio .ao, que no passado custava
cerca de 500 dólares, hoje está oito mil Kwanzas", indicou o director do
INFOSI.
A construção das infra-estruturas iniciou em 2016, mas, por
razões objectivas, foi paralisada, tendo retomado no ano passado. Foi
financiado com recursos ordinários do tesouro, bem como do sector.
Contou, ainda, com o apoio de vários parceiros, como a Huawei, Afrione,
Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Mundial.
Fonte: JA