Angola está a preparar o dossier de fundamentação para tornar o semba património nacional, e de seguida, conseguir, junto da UNESCO, o título de património imaterial da humanidade.
A informação foi prestada quarta-feira, pela secretária de Estado da
Cultura, Maria da Piedade de Jesus, no final da 7ª reunião ordinária da
Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património
Cultural Mundial.Explicou que para o reconhecimento do semba, ou
qualquer outro bem é necessário um dossier de fundamentação do bem.
Disse
ter sido criada já uma comissão técnica da qual fazem parte artistas,
académicos, técnicos do instituto do património cultural e sociedade
civil interessada e conhecedora da matéria. Maria da Piedade de Jesus
salientou que, apesar da massificação do semba pelo mundo, não há risco
de qualquer outro país o registar como seu património, por haver certeza
que o estilo é de origem angolana.
Quanto às recomendações da
UNESCO sobre Mbanza Kongo, reportou que foi lançada já a primeira pedra
para a construção do novo aeroporto, a 32 quilómetros da cidade, uma vez
que o actual se encontra no perímetro do centro histórico. Afirmou que o
museu etnográfico das comunidades tradicionais do sul de Angola será
instalado numa zona histórica, que incluirá a zona do cinema.
Explicou
que se procura encontrar os documentos originais das estruturas onde se
pretende que venha a funcionar o museu, bem como determinar o estado de
conservação da estrutura. A secretária de Estado disse ser também
necessário criar, em Mbanza Kongo, na província do Zaire, assim como em
Moçamedes, na província do Namibe, infra-estruturas essenciais ao
acolhimento turístico.
Maria Piedade de Jesus informou que deverá
ser promovido um concurso público para a digitalização do acervo
museológico, visando facilitar o acesso de utentes, incluindo virtual. O
ponto focal nacional do património mundial, Ziva Domingos, considerou
essencial a educação da população para tirar proveito do turismo
resultante da elevação de vila de Mbanza Kongo a património cultural
mundial.
Ziva Domingos adiantou que falta ainda realojar a
família que reside nas instalações do secretariado do antigo reino do
Kongo, bem como restaurar o imóvel e convertê-lo para fins sociais.
Fonte: JA