Cultura
24 Dezembro de 2021 | 10h43

Angola quer elevar o semba a Património da Humanidade

Angola está a preparar o dossier de fundamentação para tornar o semba património nacional, e de seguida, conseguir, junto da UNESCO, o título de património imaterial da humanidade.

A informação foi prestada quarta-feira, pela secretária de Estado da Cultura, Maria da Piedade de Jesus, no final da 7ª reunião ordinária da Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Mundial.Explicou que para o reconhecimento do semba, ou qualquer outro bem é necessário um dossier de fundamentação do bem.

Disse ter sido criada já uma comissão técnica da qual fazem parte artistas, académicos, técnicos  do instituto do património cultural e sociedade civil interessada e conhecedora da matéria. Maria da Piedade de Jesus salientou que, apesar da massificação do semba pelo mundo, não há risco de qualquer outro país o registar como seu património, por haver certeza que o estilo é de origem angolana. 

Quanto às recomendações da UNESCO sobre Mbanza Kongo, reportou que foi lançada já a primeira pedra para a construção do novo aeroporto, a 32 quilómetros da cidade, uma vez que o actual se encontra no perímetro do centro histórico. Afirmou que o museu etnográfico das comunidades tradicionais do sul de Angola será instalado numa zona histórica, que incluirá a zona do cinema.

Explicou que se procura encontrar os documentos originais das estruturas onde se pretende que venha a funcionar o museu, bem como determinar o estado de conservação da estrutura. A secretária de Estado disse ser também necessário criar, em Mbanza Kongo, na província do Zaire, assim como em Moçamedes, na província do Namibe, infra-estruturas essenciais ao acolhimento turístico.

Maria Piedade de Jesus informou que deverá ser promovido um concurso público para a digitalização do acervo museológico, visando facilitar o acesso de utentes, incluindo virtual. O ponto focal nacional do património mundial, Ziva Domingos, considerou essencial a educação da população para tirar proveito do turismo resultante da elevação de vila de Mbanza Kongo a património cultural mundial.

Ziva Domingos adiantou que falta ainda realojar a família que reside nas instalações do secretariado do antigo reino do Kongo, bem como restaurar o imóvel e convertê-lo para fins sociais.

Fonte: JA