Foi detetada no Botsuana, em África, uma nova variante da Covid-19 (B.1.1.529),
com um elevado número de mutações, que podem criar problemas ao sistema
imunitário. Os especialistas acreditam que esta estirpe possa
comprometer a eficácia das vacinas e que estas não consigam ser tão
eficazes contra o SARS-CoV-2.
Perante esta nova ameaça, que já colocou o Reino Unido em alerta, o que se sabe sobre esta nova variante?
Pode ser tão preocupante quanto a Delta?
A B.1.1.529 tem 32 mutações de proteínas spike, ou seja, o dobro das mutações da variante Delta. Isto significa que as vacinas que temos atualmente ao nosso dispor podem não ser tão eficazes em dar proteção contra o vírus.
E o que são estas tais proteínas spike? É o que os vírus usam para entrar nas células humanas.
As vacinas podem não ser tão poderosas com esta variante?
Algumas das vacinas funcionam treinando o corpo para reconhecer estas proteínas spike e neutralizá-las. Portanto, mutações nestas proteínas, o alvo das vacinas, são potencialmente preocupantes.
Como foi descoberta a variante?
Perante um aumento repentino de casos Covid na África do Sul na semana passada, começaram as suspeitas de algo se passava.
O primeiro aumento notório identificado foi num grupos de casos ligados a reuniões de estudantes em Pretória. Foi feito um sequenciamento e detetada esta nova variante. Terão sido identificados 100 casos associados à B.1.1.529.
O que diz a OMS?
A OMS indica que esta é uma das oito variantes que estão a acompanhar e antevê que esta possa efetivamente ser um risco no futuro.
Será reunido um grupo de trabalho, esta sexta-feira, para avaliar a evolução desta variante. Desta reunião poderão sair duas decisões: ou a variante é classificada como de preocupação, colocando-a ao mesmo nível da Delta, ou considerá-la variante de interesse menos grave, o que indica que pode afetar a transmissibilidade ou a gravidade da doença.
No caso mais grave, a OMS emitirá orientações para os países.
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Fonte: NM