Desporto
09 Abril de 2021 | 11h08

Bento Kangamba prepara Kabuscorp para competir

A nova direcção do Kabuscorp está focada na criação de condições humanas e administrativas para o regresso à competição no futebol nacional, garantiu, ao Jornal de Angola, Bento Kangamba, proprietário e presidente do clube popular do distrito urbano do Palanca, campeão do Girabola'2013, sob a liderança do búlgaro Edouard Antranik.

Confiante no sucesso da aposta a médio prazo, o dirigente realçou o facto de o clube estar a organizar-se, depois da realização das eleições. "Estamos agora preocupados com a tomada de posse. Contactámos a Clínica Girassol, para os testes da Covid-19. Sobretudo dos nossos juniores, o nosso foco para este ano, que passa por fazer o Provincial de Luanda e o apuramento para o Girabola”.  
O trabalho com os jovens é amparado, disse Kangamba, pela experiência dos mais velhos. "Temos alguns jogadores seniores que estavam emprestados. Por exemplo, o Doutor Lamy continua ligado ao Kabuscorp. Mas, como vamos até ao final de  2021, é importante ter atenção às idades. Teremos de ver quem está em condições de representar o clube. Garanto-vos que o Kabuscorp não tem problema em encontrar jogadores, pelas boas relações com vários clubes no estrangeiro. A qualquer momento podemos contratar cinco a seis jogadores. Como o limite é cinco estrangeiros, podemos preencher esse número e explorar a base de juniores que falei”. 
 Sem impedimentos 
O número um do clube do Palanca apressou-se a esclarecer a actual condição no contexto futebolístico. "Nada impede o Kabuscorp de competir. Sempre disse que podíamos jogar, desde que estivessem criadas as condições para tal. A FIFA não nos proi-biu de competir, nem a FAF. Quando a FIFA perguntou a respeito do Kabuscorp, a FAF tinha a obrigação de transcrever a lei cambial do país e outras leis bancárias, para evitar que se tomasse tal decisão. O atraso no cumprimento da obrigação dentro dos prazos foi alheio à nossa vontade”. É preocupação do elenco directivo preparar bem a agremiação, por forma a apresentar uma equipa competitiva nos próximos tempos. Quanto à tomada de posse, que deve acontecer brevemente, foram visitados pelos inspectores da Direcção Provincial dos Desportos de Luanda. 
A definição do quadro de treinadores está no topo das preocupações dos dirigentes. "Estávamos com o técnico Paulo Torres, porque achávamos que era a pessoa certa para o nosso projecto, depois da passagem pelo Interclube. A seguir foi cedido ao Sagrada Esperança. Em função da pandemia da Covid-19, estamos a preparar mais de um cenário. Começámos com os juniores, orientados por Quim Manuel, que também está a criar as bases para a presença da equipa na fase de apuramento. Garanto que este ano teremos um Kabuscorp em condições”.   Evitar repetir erros 
Bento Kangamba defendeu a necessidade de evitar repetir erros, com realce ao passado recente, no que toca à gestão, daí terem apostado numa mudança profunda da estrutura directiva e administrativa do clube. "Estamos neste momento a organizar o clube administrativamente. Tivemos problemas gravíssimos. Erros na área jurídica. Tivemos problemas com as pessoas que acompanhavam o futebol. Fomos buscar uma secretária-geral e dois juristas com especialização no desporto. Sentimos necessidade de arrumar a casa”, explicou.   Centro de treinos 
A conclusão do centro de treinos, nos arredores do Estádio 11 de Novembro, em fase de construção há vários anos, um projecto que contempla dois campos de relva natural, um de relva sintética, área de estágio e três salas de aula, para 18 alunos cada uma, vai ajudar o clube a dimensionar-se como potência no futebol angolano. 
Sem acrescentar novos elementos, o presidente do Kabuscorp recuperou o que disse em Junho passado: "Não apresentámos até agora, porque as empresas portuguesas que estavam a construir tinham os orçamentos em dólares e euros. Logo que surgiram os problemas monetários, revimos os contratos para kwanzas, o que levou o empreiteiro a desistir. Queremos deixar de treinar em vários sítios. Hoje nos Coqueiros, amanhã na Cidadela. Os clubes têm de ter espaço próprio. É nosso objectivo trabalhar de maneira integrada, desenvolvendo o desporto e a formação académica”.

Fonte: JA