Política
24 Fevereiro de 2021 | 08h07

RCA apela intervenção contra grupos rebeldes

A República Centro-Africana (RCA) lançou ontem, a partir de Luanda, um apelo à comunidade regional para se combater a presença de grupos rebeldes no país e nas regiões fronteiriças, para se evitarem situações trágicas como as que ocorreram, segunda-feira, com o embaixador italiano na República Democrática do Congo (RDC)

O embaixador italiano, Lucas Attanasio, foi morto a tiro num ataque armado a um comboio do Programa Alimentar Mundial (PAM), durante uma visita perto de Goma, no Leste da RDC. Acredita-se que os autores dos disparos sejam grupos rebeldes que actuam na fronteira entre a República Centro-Africana e a República Democrática do Congo. O apelo foi lançado pela ministra dos Negócios Estrangeiros da RCA, Baipo Temom Sylvie, no final de uma au-diência, na Cidade Alta, com o Presidente da República, João Lourenço.

A chefe da diplomacia centro-africana, que se deslocou ao país para entregar uma mensagem verbal de Faustin-Archange Touadéra a João Lourenço, referiu que a situação deplorável em que se encontra a RCA não deve preocupar apenas o seu país, mas a toda a região dos Grandes Lagos. "Aproveito esta oportunidade para, através dos vossos órgãos de imprensa,  apresentar os meus sentimentos de pesar à família enlutada do embaixador de Itália”, realçou.

Baipo Temom Sylvie ressaltou que a crise em que se encontra mergulhado o seu país deu lugar à criação de vários grupos armados, que actuam tanto internamente quanto nos países limítrofes. 
"Por essa razão, queremos juntar as nossas vozes para lançar um apelo não só para a RCA, como a nível regional, para juntos e unidos combatermos este tipo de forças negativas”, apelou.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da RCA disse que o embaixador italiano caiu numa emboscada, perpetrada por grupos rebeldes, quando este realizava uma missão humanitária com o PAM. "Foram atingidos por balas disparadas por inimigos da paz”, frisou. 
Acrescentou que o embaixador foi vítima da maldade destes grupos de terror, que quando há instabilidade num país dilaceram-se, recrutando mercenários e criando operações que prejudicam pessoas de bem.             
A diplomata da RCA ressaltou que a audiência de ontem serviu, igualmente, para abordar com o estadista angolano, na qualidade de presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos(CIRGL), questões relacionadas com a República Centro-Africana, sobretudo as iniciativas da organização levadas a cabo por Angola, para melhorar a situação de crise vivida naquele país.

Fonte: JA