Will Easton, responsável do Facebook na Austrália e Nova Zelândia, explicou que o bloqueio impede a partilha de ligações a publicações australianas, impedindo ao mesmo tempo os utilizadores australianos de ver ou partilhar conteúdo noticioso quer australiano quer internacional.
"Em resposta à nova lei proposta, o Facebook irá restringir a capacidade dos editores e de todos os outros na Austrália de partilhar ou ler conteúdos noticiosos produzidos pelos meios de comunicação australianos ou internacionais", disse a multinacional liderada por Mark Zuckerberg numa declaração.
O Facebook adotou uma postura intransigente em relação a uma nova proposta de lei australiana que responsabiliza a rede social, a Google e outras plataformas pelo pagamento de conteúdos jornalísticos às empresas que os produzem.
"A proposta de lei fundamentalmente confunde a relação entre a nossa plataforma e os editores que a usam para partilhar conteúdo noticioso. Deixo-nos perante uma escolha difícil: tentar cumprir a lei que ignora as realidades dessa relação ou deixar de permitir a partilha de conteúdo noticioso os nossos serviços na Austrália", escreveu Easton num 'post' publicado hoje.
"É com o coração pesado que escolhemos a segunda opção", frisou.
Utilizadores de locais informativos que tentam partilhar noticias recebem uma mensagem de erro, que explica que não o pode fazer em resposta à nova lei.
O bloqueio afetou outros serviços e perfis, tais como o Departamento de Bombeiros e Serviços de Emergência da Austrália Ocidental ou o Gabinete de Meteorologia, embora o Facebook tenha esclarecido após que as páginas do Governo "não devem" ser afetadas.
"O Facebook precisa de pensar muito bem no que isto significa para a sua reputação e prestígio (...) Neste momento, quando já existem dúvidas sobre a credibilidade da informação no Facebook, é obviamente algo que eles precisam de considerar", disse o ministro das comunicações australiano, Paul Fletcher, ao canal de televisão ABC.
O Parlamento australiano está a considerar um projeto de lei para forçar as empresas tecnológicas e os meios de comunicação social a chegarem a acordo sobre um pagamento para as notícias, e se não chegarem a acordo, um tribunal deverá mediar para decidir o montante.
Tanto o Facebook como o Google, que vieram ameaçar deixar de operar no país, expressaram repetidamente a sua rejeição deste projeto de lei, que ontem à noite foi aprovado pela Câmara dos Representantes e que deverá chegar ao Senado na próxima semana.
Fonte: NM